{"id":96844,"date":"2013-08-05T00:00:17","date_gmt":"2013-08-05T03:00:17","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=96844"},"modified":"2013-08-04T20:23:01","modified_gmt":"2013-08-04T23:23:01","slug":"egoismo-poderia-ter-extinguido-seres-humanos-diz-pesquisa","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/08\/05\/96844-egoismo-poderia-ter-extinguido-seres-humanos-diz-pesquisa.html","title":{"rendered":"‘Ego\u00edsmo poderia ter extinguido seres humanos’, diz pesquisa"},"content":{"rendered":"
A evolu\u00e7\u00e3o n\u00e3o favorece \u00e0s pessoas ego\u00edstas, segundo uma nova pesquisa realizada por cientistas americanos. O resultado contraria uma teoria anterior que sugeria ser melhor tomar decis\u00f5es favorecendo a si mesmo. Ao contr\u00e1rio disso, o novo estudo afirma que ser cooperativo traz vantagens sobre o ego\u00edsmo.<\/p>\n
Divulgado pela publica\u00e7\u00e3o cient\u00edfica Nature Communications, o estudo concluiu que se todos preferissem exercer a\u00e7\u00f5es ego\u00edstas os seres humanos poderiam ter sido extintos.<\/p>\n
Para conduzir a pesquisa, os cientistas usaram uma teoria que envolve a simula\u00e7\u00e3o de situa\u00e7\u00f5es de conflito ou de coopera\u00e7\u00e3o. Ela tamb\u00e9m permite desvendar estrat\u00e9gias de tomadas de decis\u00e3o complexas e estabelecer porque certos tipos de comportamento surgem entre os indiv\u00edduos.<\/p>\n
Dilema do prisoneiro<\/strong> – O estudo, realizado por uma equipe da Michigan State University, nos Estados Unidos, usou como modelo o chamado “jogo do dilema do prisioneiro”, onde dois suspeitos s\u00e3o interrogados em celas separadas e devem decidir se delatam um ao outro ou se preferem se calar.<\/p>\n Nesse modelo, um acordo de liberdade \u00e9 oferecido a cada prisioneiro se eles decidirem denunciar o outro. A liberdade s\u00f3 \u00e9 alcan\u00e7ada por aquele que denuncia, desde que o outro oponente decida ficar calado, o que leva este \u00faltimo a ser punido com seis meses de pris\u00e3o.<\/p>\n Se ambos os prisioneiros denunciam um ao outro, os dois pegam tr\u00eas meses de pris\u00e3o – dela\u00e7\u00e3o. No caso dos dois decidirem ficar em sil\u00eancio juntos – coopera\u00e7\u00e3o – eles ficariam apenas um m\u00eas na pris\u00e3o.<\/p>\n O importante te\u00f3rico matem\u00e1tico John Nash demonstrou, nesse modelo, que a tend\u00eancia mais observada era a de n\u00e3o cooperar.<\/p>\n “Por muitos anos, as pessoas se questionaram se Nash estava certo. Por exemplo: por que vemos coopera\u00e7\u00e3o no reino animal, no mundo dos micr\u00f3bios e at\u00e9 mesmo dos humanos?”, diz o autor da pesquisa, Christoph Adami, da Michigan State University, que come\u00e7ou a questionar o conceito de Nash.<\/p>\n A resposta<\/strong> – A resposta, afirma Adami, \u00e9 de que a comunica\u00e7\u00e3o entre os indiv\u00edduos do “jogo do dilema do prisioneiro” nunca havia sido levada em considera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n “A teoria parte do pressuposto de que os dois prisioneiros interrogados n\u00e3o podem falar entre si. Caso isso acontecesse, eles fariam um pacto e ganhariam a liberdade em um m\u00eas. Mas, proibidos de conversar, a tenta\u00e7\u00e3o \u00e9 de que haja uma dela\u00e7\u00e3o, de um ou de outro”, diz o cientista.<\/p>\n “Agir de m\u00e1 f\u00e9 pode dar uma vantagem competitiva a curto prazo mas certamente n\u00e3o a longo prazo. E, inevitavelmente, levaria \u00e0 extin\u00e7\u00e3o da nossa esp\u00e9cie”.<\/p>\n Essas \u00faltimas descobertas contradizem um estudo realizado em 2012. A pesquisa revelou que os ego\u00edstas apresentariam uma vantagem frente aos que prezassem pela coopera\u00e7\u00e3o.<\/p>\n O resultado foi batizado como a estrat\u00e9gia “ego\u00edsta e de m\u00e1 f\u00e9” e dependeria de que o participante soubesse da decis\u00e3o pr\u00e9via de seu advers\u00e1rio, ao que adaptaria sua estrat\u00e9gia de acordo com esse conhecimento.<\/p>\n Crucialmente, em um ambiente evolucion\u00e1rio, conhecer a decis\u00e3o de seu advers\u00e1rio poderia n\u00e3o se tornar uma vantagem a longo prazo, porque o oponente poderia desenvolver o mesmo mecanismo de reconhecimento que o seu, explicou Adami.<\/p>\n Essa foi exatamente a conclus\u00e3o a que a equipe chegou. Para obter tal resultado, eles usaram um poderoso modelo de computador para realizar centenas de milhares de combina\u00e7\u00f5es, simulando um simples interc\u00e2mbio de a\u00e7\u00f5es que, no entanto, levou em conta uma comunica\u00e7\u00e3o pr\u00e9via entre os “usu\u00e1rios”.<\/p>\n “N\u00f3s criamos um modelo no computador para coisas muito generalistas, notadamente decis\u00f5es entre dois tipos de comportamentos. N\u00f3s as chamamos de coopera\u00e7\u00e3o e deser\u00e7\u00e3o. Mas no mundo animal h\u00e1 todos os tipos de comportamentos que s\u00e3o bin\u00e1rios (com apenas duas op\u00e7\u00f5es), por exemplo, fugir ou combater”, afirmou Adami \u00e0 BBC News.<\/p>\n “\u00c9 como se tiv\u00e9ssemos uma corrida armamentista durante a Guerra Fria – mas essas corridas armamentistas ocorrem todo o tempo na biologia evolutiva”.<\/p>\n Darwin<\/strong> – O professor Andrew Coleman da Universidade de Leicester, no Reino Unido, disse que o novo trabalho “freia interpreta\u00e7\u00f5es com excesso de zelo” da estrat\u00e9gia pr\u00e9via, que prop\u00f4s o avan\u00e7o de padr\u00f5es ego\u00edstas e manipuladores.<\/p>\n “Darwin ficou intrigado com o que observou na natureza. Ele se atinha particularmente aos insetos e seu modelo de coopera\u00e7\u00e3o”, explicou.<\/p>\n “Pode-se pensar que a sele\u00e7\u00e3o natural poderia favorecer indiv\u00edduos que s\u00e3o exploradores e ego\u00edstas, mas, na verdade, n\u00f3s sabemos agora, depois de d\u00e9cadas de pesquisa, que essa \u00e9 uma vis\u00e3o simplista das coisas, especialmente se o “gene ego\u00edsta” da evolu\u00e7\u00e3o for levado em considera\u00e7\u00e3o”.<\/p>\n “Explico-me: n\u00e3o s\u00e3o os indiv\u00edduos que t\u00eam de sobreviver, mas sim seus genes. Os genes s\u00f3 usam os organismos – de animais ou de humanos – como ve\u00edculos de propaga\u00e7\u00e3o. “Os ‘genes ego\u00edstas’ se beneficiam, portanto, de organismos que cooperam entre si”, conclui. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Para conduzir a pesquisa, os cientistas usaram uma teoria que envolve a simula\u00e7\u00e3o de situa\u00e7\u00f5es de conflito ou de coopera\u00e7\u00e3o. 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