{"id":97668,"date":"2013-08-31T00:00:39","date_gmt":"2013-08-31T03:00:39","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=97668"},"modified":"2013-08-30T20:17:03","modified_gmt":"2013-08-30T23:17:03","slug":"campanha-de-reflorestamento-renova-a-esperanca-nos-morros-cariocas","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/08\/31\/97668-campanha-de-reflorestamento-renova-a-esperanca-nos-morros-cariocas.html","title":{"rendered":"Campanha de reflorestamento renova a esperan\u00e7a nos morros cariocas"},"content":{"rendered":"
Em uma clareira rodeada de \u00e1rvores frondosas, Djair dos Santos, de 66 anos, morador do Morro da Formiga (Tijuca, Zona Norte do Rio) capina uma nova \u00e1rea a ser reflorestada com vegeta\u00e7\u00e3o nativa na parte alta da comunidade, onde no passado ocorreram deslizamentos mortais.<\/p>\n
A Cidade Maravilhosa tem a maior floresta urbana do mundo, com mais de 35 mil hectares de Mata Atl\u00e2ntica que cobrem 29% de seu territ\u00f3rio. Mas, devido ao desmatamento provocado pela expans\u00e3o urbana, a cidade perdeu cobertura vegetal, expondo seus moradores \u00e0 polui\u00e7\u00e3o, enchentes e deslizamentos que vitimizam, sobretudo, os mais pobres que vivem nas favelas.<\/p>\n
Segundo a Prefeitura, a cidade do Rio tem cerca de 18 mil moradias em \u00e1reas de alto risco em 117 comunidades. Em 2011, mais de 900 pessoas morreram em deslizamentos na Serra Fluminense, cerca de 100 km distante da capital, na maior trag\u00e9dia ambiental do pa\u00eds.<\/p>\n
Djair guarda na mem\u00f3ria a trag\u00e9dia de fevereiro de 1988, que matou seis pessoas no Morro da Formiga. Mas diz que agora a realidade mudou, enquanto acompanha outros 10 moradores do morro que participam do Mutir\u00e3o de Reflorestamento.<\/p>\n
“\u00c9 gratificante para mim e todos os moradores ver que nos anos 1980 ocorreu um desastre nas chuvas, que um pedregulho rolou e matou pessoas (e isso n\u00e3o se repetiu). Isso acontecia muito. Com o reflorestamento, nunca mais”, relata Djair, h\u00e1 14 anos encarregado do Mutir\u00e3o que recuperou 80 hectares no Morro da Formiga.<\/p>\n
Em 26 anos, o programa da Prefeitura reflorestou mais de 2.200 hectares em cerca de 140 pontos da cidade, a maioria em comunidades carentes, com o plantio de 6 milh\u00f5es de mudas de 150 a 200 esp\u00e9cies nativas da Mata Atl\u00e2ntica, como ip\u00ea, angico e pau-brasil, com a colabora\u00e7\u00e3o de 800 moradores. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC), o reflorestamento ajuda a estabilizar encostas. A floresta aumenta a infiltra\u00e7\u00e3o da \u00e1gua da chuva no solo. Sem a vegeta\u00e7\u00e3o, a chuva arrasta os sedimentos da superf\u00edcie para a parte baixa da cidade, assoreando canais de drenagem e causando enchentes e deslizamentos.<\/p>\n
“O projeto no Morro da Formiga \u00e9 um dos mais antigos da Prefeitura, come\u00e7ou em 1997. Como a comunidade est\u00e1 em \u00e1rea de risco devido \u00e0 declividade alta, no passado houve muitos deslizamentos, mas posteriormente reduziram-se significativamente essas ocorr\u00eancias”, explica Marcelo Hudson, gerente de conserva\u00e7\u00e3o da SMAC.<\/p>\n
Desde 2010, a Prefeitura trabalha em uma nova fase do programa, chamada Rio Capital Verde, que prev\u00ea levar o Mutir\u00e3o para novas frentes e recuperar outras \u00e1reas de dif\u00edcil acesso com a contrata\u00e7\u00e3o de empresas especializadas.<\/p>\n
A meta \u00e9 reflorestar 1.300 hectares com o plantio de 4 milh\u00f5es de sementes at\u00e9 2016. Espera-se que o replantio ajude a cidade a reduzir suas emiss\u00f5es e renda cr\u00e9ditos de carbono para financiar projetos similares. “O projeto carbono atende \u00e1reas reflorestadas por empresas, pois s\u00e3o de dif\u00edcil acesso. Para isso (as autoridades municipais) v\u00e3o usar cr\u00e9ditos de carbono para custear o replantio onde n\u00e3o puderem faz\u00ea-lo com o Mutir\u00e3o”, explica Franka Braun, especialista da Unidade de Financiamento de Carbono do Banco Mundial, que trabalha com a prefeitura no Programa de Desenvolvimento de Baixo Carbono da cidade.<\/p>\n
“J\u00e1 temos o documento t\u00e9cnico do projeto de cr\u00e9ditos e no pr\u00f3ximo m\u00eas faremos a valida\u00e7\u00e3o, que consiste em estabelecer uma amostra de parcelas (do terreno), onde ser\u00e3o feitas medi\u00e7\u00f5es (nr: de absor\u00e7\u00e3o de CO2 por hectare). A \u00e1rea que vai render cr\u00e9ditos tem uns 900 hectares” espalhados pela cidade, explica Braun.<\/p>\n
“Estimamos que nessa \u00e1rea 50 mil toneladas de carbono tenham sido capturadas nos \u00faltimos tr\u00eas anos”, continua Braun.<\/p>\n
Al\u00e9m de ar limpo e encostas est\u00e1veis, o reflorestamento d\u00e1 a cariocas e turistas novas \u00e1reas de lazer. “Aqui na Formiga abrimos uma trilha que vai at\u00e9 a cachoeira. J\u00e1 tem at\u00e9 turista que vem conhecer o local. Tem s\u00e1bado que fica cheio aqui. Semana passada, fizemos uma caminhada ecol\u00f3gica. Vieram umas 30 crian\u00e7as da comunidade. Eu fui andando com elas e explicando a import\u00e2ncia do reflorestamento, que melhora a qualidade de vida de toda a cidade”, conta Djair.<\/p>\n
Para ele, a floresta representa esperan\u00e7a. “Posso at\u00e9 sair do Morro da Formiga, mas n\u00e3o por minha vontade. Quero continuar nisso aqui at\u00e9 quando Deus quiser”, afirma. (Fonte: Terra)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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