{"id":98611,"date":"2013-09-30T00:00:16","date_gmt":"2013-09-30T03:00:16","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=98611"},"modified":"2013-09-29T22:31:08","modified_gmt":"2013-09-30T01:31:08","slug":"brasil-e-reino-unido-avancam-em-pesquisas-conjuntas-sobre-clima","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/09\/30\/98611-brasil-e-reino-unido-avancam-em-pesquisas-conjuntas-sobre-clima.html","title":{"rendered":"Brasil e Reino Unido avan\u00e7am em pesquisas conjuntas sobre clima"},"content":{"rendered":"
Pesquisadores brasileiros e brit\u00e2nicos t\u00eam sobrevoado a Amaz\u00f4nia desde setembro de 2012, usando equipamentos avan\u00e7ados para investigar como as queimadas na regi\u00e3o alteram o clima local e de todo o planeta.<\/p>\n
Eles participam do projeto South American Biomass Burning Analysis (Sambba), uma das iniciativas da Rede Brasil-Reino Unido de Investiga\u00e7\u00e3o da Composi\u00e7\u00e3o da Atmosfera da Amaz\u00f4nia apresentadas pelos professores Paulo Artaxo, do Instituto de F\u00edsica da Universidade de S\u00e3o Paulo (USP), e Gordon McFiggans, da University of Manchester, no painel sobre mudan\u00e7as clim\u00e1ticas da FAPESP Week London 2013.<\/p>\n
\u201cA Amaz\u00f4nia oferece uma oportunidade \u00fanica de pesquisa e, do ponto de vista cient\u00edfico, \u00e9 muito interessante tentar entender a complexa rede de intera\u00e7\u00f5es entre clima, biologia, atmosfera, qu\u00edmica, f\u00edsica, al\u00e9m de fatores socioecon\u00f4micos e aspectos da biodiversidade\u201d, disse Artaxo.<\/p>\n
Durante a sess\u00e3o, foram apresentados v\u00e1rios projetos conjuntos desenvolvidos por pesquisadores do Reino Unido e do Brasil com foco nos fen\u00f4menos resultantes da rela\u00e7\u00e3o biosfera-atmosfera na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n
O painel tamb\u00e9m teve a participa\u00e7\u00e3o dos pesquisadores Luciana Gatti, do Instituto de Pesquisas Energ\u00e9ticas e Nucleares (Ipen), associado \u00e0 USP, e Hartmut Boesch, da Universidade de Leicester, no Reino Unido.<\/p>\n
Os participantes do Sambba usam os equipamentos avan\u00e7ados para coletar dados sobre a composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica e as propriedades f\u00edsicas da fuma\u00e7a emitida nas queimadas.<\/p>\n
Eles tamb\u00e9m investigam como as part\u00edculas s\u00f3lidas e os gases lan\u00e7ados na atmosfera em decorr\u00eancia do fogo e do metabolismo da vegeta\u00e7\u00e3o modificam a composi\u00e7\u00e3o das nuvens, alteram a qu\u00edmica da atmosfera e interagem com a radia\u00e7\u00e3o solar.<\/p>\n
O Sambba \u00e9 desenvolvido por meio de parceria entre a USP, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a University of Manchester e o servi\u00e7o meteorol\u00f3gico brit\u00e2nico (UK-Met-Office). O projeto tem apoio da FAPESP e do Natural Environment Research Council (Nerc), um dos sete conselhos de pesquisa do Reino Unido, que financiou parte do custo de um avi\u00e3o usado em sobrevoos na Amaz\u00f4nia.<\/p>\n
A coopera\u00e7\u00e3o com pesquisadores da University of Manchester estabelece uma rede de estudos sobre os ciclos de aeross\u00f3is e a forma\u00e7\u00e3o de nuvens. O efeito da queima de biomassa, das precipita\u00e7\u00f5es e as rela\u00e7\u00f5es entre radia\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m est\u00e3o entre os t\u00f3picos focados pela rede.<\/p>\n
Outras vertentes de estudos que interessam \u00e0 rede s\u00e3o a expans\u00e3o da agricultura, as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas e processos que podem provocar perda de biodiversidade e afetar o funcionamento de ecossistemas, disse Artaxo.<\/p>\n
\u201cA colabora\u00e7\u00e3o que mantemos h\u00e1 muitos anos com pesquisadores brasileiros tem sido bastante produtiva, mas a estrutura dos acordos, agora mais numerosos com o Reino Unido, nos permite atividades \u00fanicas para aumentar o conhecimento sobre os recursos ambientais no Brasil e aproveitar ainda mais a capacidade de pesquisa de cientistas brasileiros e brit\u00e2nicos em projetos conjuntos\u201d, disse McFiggans.<\/p>\n
Projeto Amaz\u00f4nica<\/strong> – Desde janeiro de 2000, a equipe da professora Luciana Gatti realiza medi\u00e7\u00f5es para estabelecer o ciclo de carbono na regi\u00e3o de Santar\u00e9m, no Par\u00e1. Ampliado em 2010 com a forma\u00e7\u00e3o do cons\u00f3rcio Amaz\u00f4nica, o projeto apoiado pela FAPESP e pelo Nerc passou a incluir as regi\u00f5es das esta\u00e7\u00f5es meteorol\u00f3gicas de Rio Branco e Tabatinga entre as \u00e1reas de coleta de dados para aumentar a compreens\u00e3o sobre o balan\u00e7o de emiss\u00f5es.<\/p>\n Situadas no oeste do Estado do Amazonas, essas \u00e1reas podem oferecer informa\u00e7\u00f5es mais completas sobre grande parte da Bacia Amaz\u00f4nica. \u201cOs dados atmosf\u00e9ricos coletados nessas duas esta\u00e7\u00f5es agregam informa\u00e7\u00f5es sobre absor\u00e7\u00e3o e emiss\u00e3o de carbono e outros gases levados pela massa de ar que percorre todo o estado, desde a costa\u201d, explicou Gatti.<\/p>\n Segundo a pesquisadora, ainda s\u00e3o necess\u00e1rias coletas e an\u00e1lises por per\u00edodos mais longos, porque, al\u00e9m das varia\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas em curso, as observa\u00e7\u00f5es devem considerar as influ\u00eancias de diferentes ecossistemas e as caracter\u00edsticas espec\u00edficas da vegeta\u00e7\u00e3o e do solo nas \u00e1reas de coleta, entre outros par\u00e2metros.<\/p>\n Medi\u00e7\u00f5es por sat\u00e9lites<\/strong> – Harmut Boesch, da Universidade de Leicester, participa do projeto \u201cThe UK-Brazil Reseach Network for an Amazonian Carbon Observatory\u201d, iniciado h\u00e1 um ano em S\u00e3o Paulo. A hip\u00f3tese central da colabora\u00e7\u00e3o com o Ipen, com apoio do Nerc e da FAPESP, \u00e9 descobrir se sat\u00e9lites podem ajudar a entender o funcionamento do ciclo de carbono e o fluxo de gases de efeito estufa na Amaz\u00f4nia, levantando dados sobre a composi\u00e7\u00e3o da atmosfera levando em conta a grande variabilidade da regi\u00e3o. \u201cEssa linha de pesquisa ainda \u00e9 muito nova, mas oferece grande potencial\u201d, disse o pesquisador.<\/p>\n \u201cQueremos usar os dados coletados em sobrevoos realizados no \u00e2mbito do projeto coordenado por Luciana Gatti e estabelecer a possibilidade de comparar as observa\u00e7\u00f5es de sat\u00e9lites com esses dados. Se isso for confirmado, pretendemos preencher as lacunas existentes nas atuais medi\u00e7\u00f5es\u201d, disse. Os dados obtidos em voos s\u00e3o coletados em tr\u00eas pontos diferentes, duas vezes por m\u00eas, e os sat\u00e9lites podem observar toda a regi\u00e3o. Com o uso dos dois m\u00e9todos, segundo Boesch, as emiss\u00f5es e a absor\u00e7\u00e3o de carbono poder\u00e3o ser quantificadas com muita precis\u00e3o em todo o territ\u00f3rio.<\/p>\n O grande reservat\u00f3rio de carbono existente no solo da Amaz\u00f4nia tem um importante papel no ciclo de carbono global. Entretanto, ainda h\u00e1 poucos dados para integrar an\u00e1lises sobre os ciclos de carbono na regi\u00e3o. \u201cOs dados produzidos poder\u00e3o ser usados para o monitoramento do fluxo de gases de efeito estufa sobre a Amaz\u00f4nia e para a adapta\u00e7\u00e3o de modelos que poder\u00e3o ser utilizados para previs\u00e3o de cen\u00e1rios futuros\u201d, disse Boesch.<\/p>\n Realizada pela FAPESP, de 25 a 27 de setembro, em Londres, com apoio da Royal Society e do British Council, a FAPESP Week London discute temas avan\u00e7ados de pesquisa e busca ampliar oportunidades de colabora\u00e7\u00e3o entre cientistas brasileiros e europeus nos campos da Biodiversidade, Mudan\u00e7as Clim\u00e1ticas, Ci\u00eancias da Sa\u00fade, Bioenergia e Nanotecnologia. (Fonte: Ag\u00eancia Fapesp)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"