{"id":99405,"date":"2013-10-25T00:00:12","date_gmt":"2013-10-25T02:00:12","guid":{"rendered":"http:\/\/noticias.ambientebrasil.com.br\/?p=99405"},"modified":"2013-10-24T22:40:39","modified_gmt":"2013-10-25T00:40:39","slug":"homem-evolui-mais-devagar-que-macaco-diz-estudo","status":"publish","type":"post","link":"http:\/\/localhost\/clipping\/2013\/10\/25\/99405-homem-evolui-mais-devagar-que-macaco-diz-estudo.html","title":{"rendered":"Homem evolui mais devagar que macaco, diz estudo"},"content":{"rendered":"

A compara\u00e7\u00e3o da atividade gen\u00e9tica de humanos com a de chimpanz\u00e9s sugere que o Homo sapiens<\/em> est\u00e1 evoluindo de forma mais lenta que os macacos. A descoberta foi feita por cientistas que investigam por que o homem e seu primo mais pr\u00f3ximo s\u00e3o t\u00e3o diferentes, apesar de terem 98% do DNA id\u00eantico.<\/p>\n

O segredo das diferen\u00e7as f\u00edsicas e comportamentais est\u00e1 em quais genes s\u00e3o de fato ativos em cada esp\u00e9cie. Analisando c\u00e9lulas embrion\u00e1rias, a brasileira Carolina Marchetto, do Instituto Salk, de San Diego (EUA), descobriu mecanismos que freiam a taxa de transforma\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica da esp\u00e9cie humana.<\/p>\n

A descoberta favorece a hip\u00f3tese de que o advento da cultura desacelerou a evolu\u00e7\u00e3o biol\u00f3gica: uma vez que humanos se adaptam a distintos ambientes usando o conhecimento, nossa esp\u00e9cie n\u00e3o depende mais tanto de varia\u00e7\u00e3o gen\u00e9tica para evoluir e sobreviver a mudan\u00e7as.<\/p>\n

J\u00e1 os macacos, mam\u00edferos de cogni\u00e7\u00e3o mais limitada, precisam que seu DNA evolua de forma r\u00e1pida para sobreviver a mudan\u00e7as: eles n\u00e3o t\u00eam como compensar a falta de caracter\u00edsticas inatas necess\u00e1rias usando apenas conhecimento e tecnologia.<\/p>\n

Mas o DNA humano tamb\u00e9m n\u00e3o carece de evoluir? “N\u00e3o sabemos o que estamos pagando por isso em termos de adapta\u00e7\u00e3o, mas por enquanto funciona de forma eficiente”, diz Marchetto.<\/p>\n

O trabalho da cientista, descrito hoje na revista “Nature”, ajuda a explicar o mist\u00e9rio da maior diversidade do DNA s\u00edmio. Um leigo pode achar que todos os chimpanz\u00e9s s\u00e3o iguais, mas uma s\u00f3 col\u00f4nia selvagem desses macacos na \u00c1frica tem mais variabilidade gen\u00e9tica do que toda a humanidade.<\/p>\n

O pulo do gene<\/strong> – Segundo o estudo de Marcheto, a maior variabilidade gen\u00e9tica dos macacos tem a ver com os chamados transp\u00f3sons, genes que saltam de um lugar para outro dos cromossomos. Nesse processo, os transp\u00f3sons reorganizam o genoma, ativando alguns genes e desativando outros.<\/p>\n

Esses “genes saltadores” s\u00e3o bastante ativos em chimpanz\u00e9s e bonobos (macacos igualmente pr\u00f3ximos da linhagem humana). Em humanos, o transp\u00f3son \u00e9 suprimido por dois outros genes que s\u00e3o ativados em abund\u00e2ncia e inibem o “pulo” gen\u00e9tico.<\/p>\n

Chimpanz\u00e9s, de certa forma, precisam de transp\u00f3sons. Com ferramentas rudimentares e sem linguagem para transmitir conhecimento, eles t\u00eam de oferecer maior variabilidade gen\u00e9tica \u00e0 sele\u00e7\u00e3o natural para que ela os torne mais bem adaptados, caso o ambiente se altere.<\/p>\n

A pesquisa de Marchetto s\u00f3 foi poss\u00edvel porque seu o laborat\u00f3rio no Salk, liderado pelo bi\u00f3logo Fred Gage, domina a t\u00e9cnica de reverter c\u00e9lulas ao est\u00e1gio embrion\u00e1rio.<\/p>\n

O material usado na pesquisa foi extra\u00eddo da pele de macacos e pessoas, pois h\u00e1 uma s\u00e9rie de limita\u00e7\u00f5es para o uso de embri\u00f5es em experimentos cient\u00edficos.<\/p>\n

Revertido ao est\u00e1gio de “c\u00e9lulas pluripotentes induzidas”, o tecido cut\u00e2neo se comporta como embri\u00e3o, e \u00e9 poss\u00edvel investigar a biologia molecular dos est\u00e1gios iniciais do desenvolvimento, quando o surgimento de diversidade gen\u00e9tica tem consequ\u00eancias futuras.<\/p>\n

“Uma das coisas especiais do nosso estudo \u00e9 que a reprograma\u00e7\u00e3o de c\u00e9lulas de chimpanz\u00e9s e bonobos nos d\u00e1 um modelo para come\u00e7ar a estudar quest\u00f5es evolutivas que antes n\u00e3o t\u00ednhamos como abordar”, diz Marchetto.<\/p>\n

Rumo ao c\u00e9rebro<\/strong> – As diferen\u00e7as de ativa\u00e7\u00e3o de genes entre humanos e chimpanz\u00e9s, explica, n\u00e3o se restringem a c\u00e9lulas embrion\u00e1rias. A ideia de Marcheto e de seus colegas agora \u00e9 transformar essas c\u00e9lulas em neur\u00f4nios, por exemplo, para entender como a biologia molecular de ambos se altera durante a forma\u00e7\u00e3o do c\u00e9rebro. (Fonte: Folha.com)<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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