Amyra El Khalili (*)
Digo “em abundância” porque o Brasil tem hoje muito mais recursos naturais do que outros países jamais tiveram ou tiveram e esgotaram. Podemos dizer mais: nosso país ainda possui o suficiente para abastecer o mundo. Daí a necessidade crescente em lidar com tais recursos em “condições sustentáveis”.
As tais “condições sustentáveis” reportam, inicialmente, à idéia de desenvolvimento sustentável; mas elas têm implicações mais profundas do ponto de vista sócio-econômico do que a teoria que alimenta o sentimento ambientalista.
Essas “condições sustentáveis” dizem respeito principalmente à questão da gestão dos recursos naturais, à manutenção e à divisão das receitas obtidas com as divisas dos bens naturais. Dividir, repartir, doar recursos e, acima de tudo, garantir espaço para a emergência de manifestações religiosas, raciais, gênero, ideológicas, sociais ou de qualquer outro tipo, constituem a tão esperada “condição sustentável”. Raros são os países do resto do mundo que as possuem.
O Brasil é um território de dimensões continentais, que abriga diversas raças, numa espécie de pluralismo religioso miscigenado. Mesmo os grupos mais sectários e reacionários conseguem um diálogo racional com um bom senso existente em poucos.
Sim, temos sérios problemas raciais, sociais, ambientais, econômicos e políticos, entre outros, mas, felizmente, o país está longe de ser o caos que impera na crescente indústria do terrorismo nos grandes centros urbanos e se alastra como pólvora pelas principais capitais financeiras, Bolsas de Valores, de Commodities e de Futuros dos países ditos “ricos”.
As “condições sustentáveis” que o Brasil possui, na dianteira das potências econômicas, atribuem também ao país uma responsabilidade para com os povos em guerra. Temos o dever de dividir o pão, a água e o paraíso com os que sofrem o inferno por não tê-los, numa verdadeira missão de paz. E essa bandeira da PAZ tem um nome: Commodities Ambientais.
In Memorian as vítimas das guerras.
(Fonte: Revista Bio – ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental)
* Economista pioneira na divulgação das commodities ambientais no Brasil através do Projeto CTA e da Rede CTA-UJGOIAS – Consultant, Trader and Adviser – do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo.