PROJETO MEROS DO BRASIL SERÁ LANÇADO DIA 10 DE JANEIRO EM SC

No próximo dia 10 de janeiro, às 19h no Hotel Villa Real, em São Francisco do Sul, litoral norte de Santa Catarina, será lançado oficialmente o Projeto Meros do Brasil, uma iniciativa da Organização Não-Governamental Vidamar e da Univali – Universidade do Vale do Itajaí com apoio do Petrobras e do Ministério do Meio Ambiente, através do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

O projeto é executado desde 2002, e nestes quase dois anos de atuação, já conseguiu feitos importantes como a aprovação de uma portaria governamental para a preservação da espécie.

À primeira vista, o Mero parece uma garoupa gigante, com um formato arredondado e mais de dois metros de comprimento. Mergulhando, ao se aproximar do animal você se depara com um dócil peixe, que apesar de sua imponência, permite que as mãos humanas passeiem por sua escamosa pele.

Presente na crescente lista de espécies ameaçadas em todo mundo, é recente os estudos científicos sobre a espécie, que começa a dar seus passos iniciais pelos pesquisadores do CTTMar – Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar da Univali e da Universidade de Açores, Portugal, suportados pela Organização Não-Governamental Vidamar, de São Francisco do Sul, que incentivou os estudos sobre a espécie.

“Nossa intenção com a formação da ONG era a contenção da captura desenfreada do Mero, troféu de caça submarina há muitos anos em todo o país”, comenta o presidente da Vidamar, Fabio Ottini de Brito.

De acordo com o pesquisador Maurício Hostim Silva, poucas informações científicas existem sobre esta espécie no Brasil. “As pesquisas iniciais estão centradas numa população ocorrente nas ilhas costeiras do litoral norte do Estado, especialmente em frente ao Balneário de São Francisco do Sul”, destaca o pesquisador.

Ele conta que a proposta do projeto é expandir o raio de ação para outros pontos do litoral catarinense e do país, a fim de identificar outros locais de ocorrência da espécie e seu período de reprodução. “Até o momento, os estudos indicam que este período de reprodução ocorre em dezembro, mas ainda não podemos afirmar”, ressaltam os pesquisadores.

Estas primeiras informações, somadas a uma iniciativa ambiental da Fundação SOS Mata Atlântica, levaram à tramitação de uma portaria no Ibama que prevê cinco anos de proibição de sua captura em todo o litoral brasileiro.

“Trata-se de uma das maiores espécies de peixes que vivem em nosso litoral e muita coisa ainda falta saber sobre seu ciclo de vida. Estamos dando o primeiro passo para preservar esta importante espécie”, comenta Brito.

Conheça mais sobre o Mero – O mero (Epinephelus itajara), como o próprio nome científico indica (ita = pedra, jara = senhor), é carinhosamente chamado de o “Senhor das Pedras”, devido à sua preferência por ambientes de costões rochosos e parcéis.

Já se sabe que a espécie habita freqüentemente as estruturas de empresas petrolíferas, tais como plataformas de exploração, e até mesmo os dutos de mono bóias, como as utilizadas em São Francisco do Sul, devido aos nichos ecológicos formados por organismos marinhos que se fixam nestes materiais submersos.

O mero é da mesma família das garoupas e dos chernes, também bastante apreciado pela culinária catarinense. Suas maiores capturas são realizadas pela pesca submarina. “Como são peixes robustos que podem atingir até 400 kg e com mais de 2 metros de comprimento, não temem o homem, e pela sua característica dócil, são alvos fáceis de caçadores submarinos”, concluiu Hostim.

Mais informações sobre o “Projeto Meros do Brasil” podem ser obtidas com o professor Hostim, pelo telefone (47) 9902-0392, ou com na ONG Vidamar, com Lílian Simone Costa, pelo telefone (47) 9987-0095. (CTTMar/Univali)