O arcebispo de Manaus (AM), Dom Luiz Soares de Vieira, alertou nesta quinta-feira (28) para o agravamento da situação na reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, “não somente para os povos indígenas, mas para todo o Estado”, devido à demora na homologação contínua da área. E lembrou a existência de uma liminar determinando que até esta sexta-feira (29) os índios se retirem “de uma maloca que eles têm perto da região dos fazendeiros”.
A portaria do Ministério da Justiça que determinou a homologação contínua é defendida pela União e pela Funai – Fundação Nacional do Índio. Mas há decisões judiciais acolhendo o argumento de que a área pertencente ao estado de Roraima seria afetada pela demarcação. A homologação na forma de “ilhas” deve excluir da reserva a faixa de fronteira, o Parque Nacional de Monte Roraima, os municípios, vilas, rodovias, imóveis com propriedade anterior a 1934 e as plantações de arroz.
“Fazemos um apelo até ao Supremo Tribunal Federal, para tomar medidas e resolver a questão, a fim de que não haja matança de índios”, ressaltou o arcebispo de Manaus.
A reserva indígena Raposa Serra do Sol tem 1,7 milhão de hectares e abriga uma população de cerca de 15 mil índios das etnias Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Taurepang e Patamona. (Radiobrás)