Centro Mamíferos Aquáticos recebe filhote de peixe-boi encalhado no Ceará

Já está no Centro Mamíferos Aquáticos – CMA/Ibama, na Ilha de Itamaracá, Região Metropolitana do Recife (PE), o filhote de peixe-boi (Trichechus manatus) encontrado encalhado na praia de Uruaú (CE), no último dia 13.

O animal, que recebeu os primeiros cuidados no Centro de Reabilitação de Mamíferos Marinhos da ONG Aquasis, na Região Metropolitana de Fortaleza (CE), foi trazido num avião monomotor cedido pelo Governo do Estado do Ceará.

Às 11h40 do último sábado (22), o filhote desembarcou no Aeroporto Internacional dos Guararapes-Gilberto Freyre, no Recife, e foi transportado de carro Sede Nacional do Projeto Peixe-Boi, na Ilha de Itamaracá.

O peixe-boi é do sexo masculino, tem cerca de 10 dias de nascido, 1,34m e 35kg. No CMA, ele foi acomodado numa piscina da Unidade de Reabilitação e submetido a exames clínicos para averiguação de quadros de desidratação e infecção. O animal deve permanecer no Centro por mais três anos até desmamar e ser reintroduzido em ambiente natural.

Os encalhes de filhotes são resultados da degradação dos mangues e estuários, berçários naturais do peixe-boi. A destruição do meio ambiente força as mães a dar cria no mar. Devido às variações de maré, correnteza e onda, o filhote termina se perdendo e encalhando na praia. Os encalhes acontecem em maior número principalmente no período reprodutivo que vai do mês de outubro a março, todos os anos.

Com este, sobe para três o número de caso de encalhes de peixes-bois vivos registrados pelo Projeto somente nesta temporada reprodutiva. O Ceará é o estado líder no ranking de encalhes, registrando 19 ocorrências. Um dos motivos desse elevado número é que, segundo dados da ONG Aquasis, 70% dos mangues do litoral cearense apresentam algum nível de degradação.

O Projeto Peixe-Boi é executado pelo Centro Mamíferos Aquáticos/Ibama em co-gestão com a Fundação Mamíferos Aquáticos e patrocínio oficial da Petrobras. (Luís Boaventura/Ascom-CMA)