Reduzir em até 40% as perdas na distribuição de energia elétrica em uma linha de distribuição. A partir de agora isso é viável com a utilização de um programa de computador criado pelo Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos.
Basta instalar o software no computador e inserir os dados referentes ao sistema de energia para que seja possível visualizar, em formato tridimensional, toda a rede elétrica da cidade no monitor. “O programa reúne informações técnicas como linhas, cabos, chaves e transformadores, além de dados gráficos e mapas da cidade”, explicou Alexandre Delbem, criador do programa e professor do ICMC, à Agência FAPESP.
A partir daí, o engenheiro elétrico pode configurar o percurso de distribuição de acordo com as necessidades de cada região. O software permite redesenhar o circuito apenas com algumas mudanças de chaves. “O objetivo é reduzir o desperdício, além de restabelecer com mais rapidez os casos de interrupção de energia”, disse.
Com as características da rede alteradas no computador, os profissionais ficam aptos para modificar o sistema real. “Feitas todas as mudanças necessárias no programa, é possível chegar a uma configuração mais econômica, que será aplicada na prática”, explica.
Segundo Delbem, a simulação pode realmente atingir um elevado índice de economia. “Em geral, a redução das perdas de energia varia de 30% a 40% no que diz respeito à distribuição”, acredita. O pesquisador ressalta que o programa não age sobre as etapas de geração e transmissão.
O software permite ainda fazer um planejamento para a expansão de todo o sistema de energia em determinada região, com a aplicação do melhor custo-benefício. “Neste caso não estamos simplesmente mudando as chaves instaladas nos postes para reduzir o desperdício”, alerta.
“Para expandir o sistema, é preciso adquirir novos transformadores, linhas e postes, o que acaba elevando mais o custo”, diz. Segundo o pesquisador da USP, a idéia é fazer a previsão antes de executar o projeto para que, com o mínimo de dinheiro, seja conseguido o máximo em qualidade.
O estudo recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos(Finep). (Fapesp)
Mais informações: acbd@icmc.usp.br ou (16) 3373-8167.