O lince ibérico, um felino selvagem que só existe em Portugal e na Espanha, corre o risco de ser o primeiro grande felino a entrar em extinção desde a pré-história, denunciou a organização ecológica SOS Lynx. Restam apenas entre 100 e 120 exemplares destes felinos em liberdade, entre eles uma dezena de fêmeas em idade de procriação, frente aos cem mil exemplares que existiam no início do século XX, segundo relatório do grupo.
A caça, o atropelamento nas estradas e a propagação da mixomatose, uma doença viral que afeta coelhos selvagens, alimento principal dos linces, explicam o desaparecimento deste “tigre europeu”. “Não é na África, nem na América Latina, nem mesmo na Ásia onde vai ocorrer a extinção dos grandes gatos selvagens, mas na Europa, na rica União Européia, que supomos desenvolvida e protetora do meio ambiente”, escreveu o autor do documento, o especialista britânico em conservação Dan Ward.
O lince ibérico, que pode medir até um metro de comprimento, o tamanho de um cachorro grande, vive nos bosques do sul de Portugal e da Espanha, perto das áreas turísticas mais freqüentadas da região.
O relatório propõe a proteção do habitat do lince, regulamentando a agricultura intensiva e a urbanização. Também sugere estabelecer limites de velocidade perto de duas áreas de reprodução desta espécie, reintroduzir o coelho selvagem e desenvolver a criação de jovens linces em cativeiro. (Terra.com)