Software vai monitorar poluição na Baía de Guanabara/RJ

Pesquisadores da Ensp – Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz, estão avaliando os impactos ambientais dos efluentes sanitários na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, por meio de simulações feitas por um software de computador.

O programa “Modelo de Qualidade de Água” está acoplado ao SisBahia – Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental, projeto elaborado na UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro que reúne modelos computacionais para modelagem ambiental de corpos d’água.

“Essa ferramenta nos permite simular, por meio de animações, o percurso de poluentes presentes na água, como oxigênio dissolvido, amônia e nitrato”, disse a pesquisadora Cynara Cunha, do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Ensp, à Agência FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. O projeto conta ainda com a colaboração do biólogo Aldo Ferreira.

O software da UFRJ realiza uma série de simulações que podem indicar quais os caminhos percorridos pela poluição, a partir de análises laboratoriais de amostras de água coletadas no campo. Todas as ações têm o objetivo de auxiliar o planejamento de estratégias de prevenção em regiões contaminadas por esgoto sanitário.

Para a elaboração das medidas de prevenção, explica Cynara, os pesquisadores precisam levar em conta também vários parâmetros hidrodinâmicos do local estudado. “A partir de dados como vazão do rio, vento, velocidade e elevação da superfície da água é possível simular a dispersão dos contaminantes”, explicou.

No caso específico da Guanabara, a intenção dos pesquisadores é, a partir da carga dos poluentes dos rios que desembocam no local, calcular, com simulações computacionais, a concentração que determinado poluente vai ter em todas as regiões da Baía, e das áreas vizinhas.

Segundo Cynara, o software permite ainda prever outras situações importantes. “Trata-se de uma ferramenta extremamente barata que consegue prever ainda quais são as melhores áreas de um corpo d’água para receber o lançamento de esgoto sem que o meio ambiente sofra um impacto grande”, disse. (Thiago Romero/ Agência Fapesp)