Ministros sugerem uso de biocombustível no Mercosul

O CAS – Conselho Agropecuário do Sul, formado pelos ministros da Agricultura de Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Uruguai e Paraguai, apresentou um plano para utilizar a “agroenergia”, um combustível biológico. Segundo a imprensa paraguaia, a reunião de dois dias do CAS, em Assunção, terminou na noite da sexta-feira (29) com a apresentação de um programa para recomendar a utilização do biocombustível aos presidentes dos países do Mercosul mais a Bolívia e o Chile. A idéia é ter uma alternativa ao petróleo, cada vez mais caro.

O presidente do Conselho, o ministro da Agricultura da Argentina, Miguel Campos, informou à imprensa paraguaia a intenção de desenvolver um sistema de captação de investimentos dos governos do Mercosul, em forma conjunta, para levar o programa adiante.

Já o ministro da Agricultura do Brasil, Roberto Rodrigues, disse que a agroenergia pode ser uma opção à dependência exclusiva do petróleo. “O Mercosul tem uma enorme capacidade para colocar o programa em prática, o que indica que cada produtor agropecuário e trabalhador rural da região poderá ter o seu próprio ´poço de petróleo´”, enfatizou o ministro, que esclareceu que a energia “é renovável e gerará empregos e riqueza”.

O ministro argentino explicou que para tornar o projeto realidade, a primeira medida será a apresentação do plano na próxima cúpula de presidentes do bloco econômico, em junho, para conseguir apoio político para iniciá-lo.

O programa prevê medidas conjuntas dos ministros com o objetivo de definir metodologias para o desenvolvimento de alternativas e os mecanismos de produção em cada país, de modo a incentivar os agricultores a usar combustíveis biológicos de origem vegetal, como o etanol e o biodiesel.

Em primeiro lugar, o projeto visa criar um fundo comum e um pacote de crédito para implementar a criação de fábricas em cada país. “Consideramos importante trabalhar a questão da bioenergia na região, até porque isso também está previsto no Protocolo de Kioto”, disse Campos. O CAS voltará a se reunir em julho em Assunção, onde apresentará um diagnóstico da produção da região e o rumo do projeto. (Agência Efe/ Estadão Online)