Animais que deveriam ser protegidos pelo refúgio de vida silvestre que o Ministério do Meio Ambiente pretende criar em Palmas, na Região Sul do estado do Paraná, foram encontrados carbonizados por fiscais do Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis. A área de 200 hectares foi devastada em um incêndio que tinha como objetivo preparar o solo para o plantio de pinus.
Não bastasse o cenário desolador, com o chão preto de carvão e troncos que queimaram durante dias, os fiscais ainda foram surpreendidos pelos exploradores da área, que apresentaram uma licença concedida pelo IAP – Instituto Ambiental do Paraná. O documento estava vencido desde julho de 2004, mas autorizaria o desmatamento para a plantação de pinus. “Além de estar fora do prazo, a licença não vale porque só serviria para vegetação em estágio inicial e o que tínhamos aqui era mata fechada”, disse o superintendente do Ibama no Paraná, Marino Gonçalves, que esteve no local na segunda-feira (13). O presidente do IAP, Rasca Rodrigues, prometeu verificar em que condições essa autorização foi concedida.
O Ibama ainda não revelou os nomes dos responsáveis pela devastação. Só depois de apurar responsabilidades, o Instituto deve decidir quem receberá a multa superior a R$ 1 milhão. Um decreto de 2002, do Ministério do Meio Ambiente, ainda designava a área como prioritária para a criação do refúgio de vida silvestre nos municípios de Palmas e General Carneiro. (Katia Brembatti – Gazeta do Povo/PR)