A assembléia anual da CBI – Comissão Baleeira Internacional acabou nesta sexta-feira (24) na cidade sul-coreana de Ulsan com uma forte rejeição aos planos do Japão para ampliar a caça de baleias e uma profunda divisão entre os países participantes.
Nas cinco jornadas da reunião, que está em sua 57.ª edição, os 66 países presentes ressaltaram suas grandes diferenças em assuntos como o reatamento da caça com fins comerciais e o desenvolvimento de um sistema para controlar os cetáceos.
Como em outras ocasiões, os Estados contrários à caça de baleias, liderados pela Austrália, impuseram obstáculos ante as iniciativas encabeçadas pelo grupo liderado pelo Japão e que visa a retomar a pesca comercial. As 26 resoluções apresentadas à votação pela delegação japonesa e seus aliados com esse fim foram rechaçadas, embora a negativa não tenha tido um caráter vinculativo.
Plano de gestão – No seio das discussões, esteve a proposta japonesa de um documento para aprovar o chamado “Plano de Gestão Revisado”, que acabaria com a proibição da captura de baleias e poria fim à moratória da caça comercial que entrou em vigor em 1986.
A iniciativa foi, mais uma vez, votada contra, mas por uma margem menor do que em outras ocasiões, ao obter 23 votos a favor, 29 contra e cinco abstenções. Estava previsto que a proposta japonesa não fosse adotada pois, para isso, é preciso que três quartos dos países participantes a apóiem. Tóquio paralisou a pesca comercial de baleias após a moratória da CBI, que entrou em vigor em 1986, mas, em 1994, iniciou a pesca “com fins de pesquisa” na Antártida e no Pacífico.
Além da Noruega, o único país no mundo que pratica a caça comercial de baleias, e da Islândia, que o faz com “fins científicos”, a CBI só permite a pesca desses cetáceos feita por grupos aborígines. A próxima assembléia da Comissão Baleeira Internacional ocorrerá em Saint Kitts e Nevis. (Agência Efe/Estadão Online)