A Organização Mundial de Saúde considera a obesidade uma epidemia mundial e já se fala também em epidemia de diabetes, embora esta não possua um caráter mais científico. De qualquer forma, tal conceito foi lembrado pela pesquisadora norte-americana, Mariana Morris, da Wright State University School of Medicine (Ohio, EUA), durante a conferência magna do dia quatro passado no Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão, em Ribeirão Preto (SP). Ela correlacionou o uso do xarope de frutose, usado em vários alimentos processados, entre eles a Coca-Cola, a um possível aumento de obesidade e diabetes na população dos Estados Unidos.
Ao abordar a pesquisa básica com cobaias, mais especificamente sobre o controle autonômico da hipertensão em ratos e camundongos com diabete melito, Mariana descreveu experimentos em que o uso de frutose provocou elevação da pressão arterial nos animais, se comparados com o grupo controle (cobaias com diabete e que não receberam frutose). Entretanto, sua equipe não constatou, a partir da ingestão de frutose pelos animais, alteração da freqüência cardíaca ou de atividade. Segundo a pesquisadora, este resultado “faz cair por terra a hipótese de que o açúcar causa hiperatividade nas pessoas, embora isto careça de mais comprovação científica”.
Os ratos e camundongos foram avaliados durante a noite, pois é neste período que eles ficam em atividade — comem e se movimentam — e que podem ser processadas as experiências, explica Mariana. De qualquer forma, a professora alertou para a necessidade de mais estudos a respeito da frutose e seus efeitos na obesidade, no diabetes melito e, conseqüentemente, na hipertensão. A conferência foi presidida pelo professor doutor em nefrologia Miguel Moisés Neto e o congresso prosseguiu até ontem, 6 de agosto.
(Agência Notisa)