O início do curso de licenciatura para 250 professores indígenas da mesorregião do Alto Solimões, no Amazonas, foi transferido para janeiro de 2006, informa Valdino Martins, presidente da OGPTB – Organização Geral dos Professores Ticuna Bilíngüe. A entidade é a responsável pela criação do curso, fruto de uma parceria com a UEA – Universidade do Estado do Amazonas.
“Nossos professores poderão assumir o ensino fundamental completo. Hoje eles cuidam apenas da 1ª a 4ª séries e da língua ticuna. Quem está trabalhando em escolas indígenas são os professores não-índios”, afirmou Constantino Ramos Lopes, coordenador da OGPTB.
Serão oferecidas três habilitações: Estudo de Linguagem (que englobará o Português, a língua indígena, Espanhol, Literatura, Artes e Educação Física), Ciências da Natureza e Matemática (Biologia, Física, Química e Matemática) e Ciências Humanas (História, Geografia, Antropologia, Sociologia e Filosofia).
Segundo dados da entidade, existem no país cerca de 50 mil indígenas ticuna, concentrados às margens do Solimões e seus afluentes. Em 1993, a organização começou a oferecer cursos de formação aos professores indígenas que atuavam no Alto Solimões e haviam estudado apenas até a 4ª série do Ensino Fundamental.
Os cursos de formação de professores indígenas em nível médio, promovidos pela OGPTB desde 1993, contam com apoio institucional e financeiro do MEC – Ministério da Educação, da Funai – Fundação Nacional do Índio, do FIDA – Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, entre outros órgãos. (Thaís Brianezi/ Agência Brasil)