Quatro universidades do Paraná participam da Operação Amazônia 2006, a nova edição do antigo Projeto Rondon. As equipes das universidades estaduais de Ponta Grossa (UEPG), Londrina (UEL),Centro-Oeste (Unicentro) e Oeste do Paraná (Unioeste) foram selecionadas com outras 60 de instituições de todo o país. Os grupos do Sul embarcaram há uma semana para Brasília, onde, juntamente com mais mil rondonistas, seguiram para a Amazônia a bordo de um avião do Exército Brasileiro. No dia 19 de fevereiro todos voltam para casa com mais experiência de vida e muita história para contar.
A equipe da UEPG, por exemplo, coordenada pela professora Esméria de Lourdes Savelli, está fazendo um levantamento minucioso dos problemas sociais mais relevantes da comunidade em relação aos direitos humanos. Uma das ações tem como alvo pessoas portadoras de necessidades especiais. “Queremos orientar os profissionais de educação sobre como fazer a inclusão no sistema regular de ensino”, explica Esméria. “Investimos em uma perspectiva de trabalho chamada de ‘ecologia de saberes’. A idéia é entender conhecimentos que não são científicos, mas são elaborados a partir de uma experiência e pelas condições sociais diferentes”, comenta. No retorno da Amazônia, a professora pretende formar grupos de pesquisa para continuar os estudos sobre a região, além de divulgar o conhecimento adquirido em forma de artigos em jornais e revistas científicas.
A professora Vanerli Beloti, uma das coordenadoras que acompanha as duas equipes que representam a UEL, acredita que é essencial explorar mais a Amazônia e conhecer o seu povo.
“Os americanos conhecem, os europeus também, e aproveitam bem melhor que a gente”, avalia.
Os acadêmicos da UEL atuam em dois grupos nos municípios de Candeias do Jamari, em Rondônia, e de Porto Grande, no Amapá.
Experiência em todos os níveis
Repelente, protetor solar, capa de chuva, equipamentos de sobrevivência, mais uma filmadora e duas máquinas fotográficas para registrar tudo o que acontece no Projeto Rondon deste ano. É o objetivo do “rondonista” Juliano Axt, de 27 anos, estudante do quarto ano de Licenciatura em Artes Visuais da UEPG. Axt é um dos 50 alunos paranaenses que participam de ações voltadas nas áreas de Cidadania, Bem-Estar, Desenvolvimento Local Sustentável e Gestão Pública da Operação Amazônia 2006. “Nós temos muitos planos, mas não sabemos se vai dar para aplicar tudo. Estamos preparados para contribuir e absorver o máximo”, conta Axt, cheio de expectativa.
O estudante afirma que certamente toda a experiência adquirida em 15 dias será aplicada em sua profissão posteriormente. Juliano pretende produzir um documentário com as imagens captadas em Caracaí e selecionar fotografias para uma exposição, assim que retornar. A estudante Maria Beatriz Tassinari Ortolani, 24, do curso de Medicina Veterinária da UEL, também está ansiosa para pôr os pés na Amazônia e começar as atividades. “Com certeza vai ser uma experiência inigualável”, considera.
Novo formato com mais objetivos
O Projeto Rondon nasceu em 1967, com a intenção de levar os estudantes universitários para conhecerem a Amazônia e trabalhar em benefício das comunidades carentes da região. A idéia surgiu no ano anterior, durante a realização de um trabalho de Sociologia na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O nome do projeto foi inspirado no trabalho do militar e humanista Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
Em 1989, o projeto foi extinto, sendo reativado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2004 e relançado no ano seguinte em Tabatinga (AM). Anteriormente, participavam apenas estudantes da área de saúde para prestar serviços à comunidade. O novo Projeto Rondon está mais amplo e todas as necessidades da população são discutidas. Para saber mais sobre o Projeto Rondon e a Operação Amazônia 2006 acesse o site do Ministério da Defesa (www.defesa.gov.br). (Fonte: Ana Carolina Nery – Gazeta do Povo Online/ Gazeta do Povo)