Gripe aviária tem disseminação sem precedentes

Especialistas de saúde internacionais expressaram, nesta terça-feira (21), preocupação com a disseminação sem precedentes da gripe aviária, da Ásia para a Europa e a África, mas disseram que o centro das atenções é a Indonésia, já que é o país onde foi registrado o maior número de infecções em humanos.

Quatorze países – da Índia até a Nigéria e o Egito – reportaram os primeiros casos de aves infectadas pelo vírus H5N1 desde o começo de fevereiro, segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde.

“É absolutamente sem precedentes”, disse a porta-voz da OMS, Maria Cheng. “Nós nunca vimos tantos focos de um mesmo vírus em tantas regiões diferentes, e nossa preocupação óbvia é que os humanos podem entrar em contato com as aves infectadas, o que significaria que as populações ao redor do mundo estão correndo riso potencial”. A OMS disse que ainda é difícil a contaminação em humanos. A agência confirmou 170 casos, incluindo 92 mortes, desde 2003.

A maioria dos focos recém-descobertos está na Europa, mas os casos na Índia, Egito e Nigéria preocupam mais as autoridades internacionais, por conta do grande contato que as aves de criação podem ter com os humanos que as mantêm, aumentando as chances de contaminação dessas pessoas. A OMS disse que os 14 países que registraram infecções desde o começo de fevereiro são: Iraque, Nigéria, Azerbaijão, Bulgária, Grécia, Itália, Eslovênia, Irã, Áustria, Alemanha, Egito, Índia, França e Hungria. Um 15º país, Malásia, reportou um foco nesta segunda-feira, depois de mais de um ano sem nenhum caso da doença.

Mas a Indonésia é uma preocupação porque tem o maior número de infecções em humanos – 26, incluindo 19 mortes – e aves. “Quanto mais chances o vírus tem de infectar pessoas, mais chances tem de evoluir para uma forma que poderia instaurar uma pandemia”, disse Cheng.

A OMS continua a vigiar a Índia, Egito e Nigéria de perto. Mesmo que não haja registro de infecção em humanos nesses países, é possível que já existam pessoas doentes, disse Dick Thompson, outro porta-voz da organização. “Enquanto o vírus estiver circulando, há chances de contaminação em humanos”, completou. (AP/ Estadão Online)