O relatório Comendo a Amazônia, publicado nesta quinta-feira (6) pelo Greenpeace Internacional, aponta como a demanda mundial por soja produzida na Amazônia alimenta a destruição da maior floresta tropical do mundo, incentivando o desmatamento, grilagem de terras e violência contra as comunidades locais. A investigação mostra como a soja amazônica vai parar nas prateleiras de supermercados e redes de fast-food da Europa.
Comendo a Amazônia é resultado de uma investigação realizada durante um ano, nas regiões de produção e consumo de soja, baseada em análise de imagens de satélites, sobrevôos, análise de dados do governo e pesquisas em campo.
O documento acusa três multinacionais norte-americanas de commodities agrícolas – ADM (Archier Daniels Midland), Bunge e Cargill – pela invasão da Amazônia, de impulsionar o desmatamento ilegal – muitas vezes, feito com trabalho escravo – a grilagem de terras públicas e a violência contra comunidades locais. ADM, Bunge e Cargill controlam a maior parte do mercado de soja na Europa.
“Estamos destruindo a maior floresta tropical do planeta para dar lugar à soja – uma espécie exótica, que será transformada em ração para alimentar gado e frango na Europa”, disse Paulo Adário, coordenador da campanha da Amazônia, do Greenpeace. “Depois, este gado e este frango será vendido no McDonald’s mais próximo e você pode estar comendo um pedaço da Amazônia”. Um representante europeu do McDonald´s informou à Associated Press que a rede analisará o relatório e investigará as alegações. (AP/ Estadão Online)