Os prefeitos de Olinda e Recife, Luciana Santos (PC do B-PE) e João Paulo Lima e Silva (PT-PE), e o presidente da Câmara Municipal de Recife, Josenildo Sinesio da Silva (PT-PE), assinaram nesta segunda-feira (24) Termo de Compromisso com o programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. O objetivo do Cidade Amiga da Amazônia é incentivar prefeituras brasileiras a adotarem leis que evitem o consumo de madeira nativa de origem criminosa nas compras e licitações públicas. Durante a solenidade realizada a bordo do navio Arctic Sunrise, da entidade ambientalista, o prefeito de Recife foi representado pelo secretário de planejamento do munícipio, Marcelo Olímpio, que reafirmou o compromisso do mandato em combater a extração ilegal de madeira.
Ambos os prefeitos também editaram decretos criando grupos técnicos de trabalho, formados por representantes de diversas secretarias da administração municipal e de entidades civis, para elaborar a política de consumo responsável de madeira. Recife é a segunda capital nordestina e 31º município brasileiro a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia – Olinda é o 32º município. A ONG local Cais do Parto apoiou a iniciativa. “Ao fechar suas portas para madeira de origem criminosa, as prefeituras de Recife e Olinda estão agindo concretamente para deter o desmatamento da Amazônia”, comemora Adriana Imparato, coordenadora do programa Cidade Amiga da Amazônia. “Esperamos que a adesão dessas duas importantes cidades pernambucanas motivem outros municípios do estado a fazer o mesmo e inspirem a sociedade a consumir produtos florestais de forma responsável”.
Estima-se que entre 60% e 80% de toda madeira amazônica tenham origem ilegal e 64% da produção destinam-se ao mercado consumidor brasileiro. As prefeituras utilizam grandes volumes de madeira em obras como escolas e postos de saúde. “Consumir madeira de origem ilegal é inaceitável. O dinheiro público não pode financiar a destruição criminosa da Amazônia”, completa Adriana Imparato.
Diversas autoridades e ONGs participaram da solenidade no navio. Entre elas ASPAN, AMANE, Centro de Cultura Luiz Freire e EKOS. Todos formalizaram apoio à campanha pela criação de uma rede de áreas protegidas como parques e reservas na para conter o desmatamento da floresta amazônica.
O navio do Greenpeace está em expedição pelo litoral brasileiro promovendo propostas de proteção à floresta como a implementação de uma rede de áreas protegidas e de uso sustentável e o consumo responsável de produtos florestais. A idéia da expedição é levar a realidade de regiões remotas da Amazônia para grandes centros urbanos do litoral brasileiro. Ao longo de 27 dias, o navio já visitou quatro cidades – Porto Alegre (RS), Santos (SP), Salvador (BA) e Recife (PE) e deve atracar no final desta semana em Fortaleza (CE).
Em Recife, o navio do Greenpeace esteve aberto à população no final de semana e recebeu cerca de 6 mil pessoas, atual recorde de público da expedição. Nas quatro cidades já visitadas, mais de 20 mil pessoas já conheceram as instalações do barco e a exposição de 72 fotos que retrata as belezas, ameaças e o trabalho do Greenpeace na região amazônica.
Nos últimos quatro anos, mais de 70 mil km2 de floresta amazônica foram destruídos pela exploração criminosa de madeira e pelo avanço descontrolado da fronteira agropecuária. Em todo o mundo, o Greenpeace trabalha pela criação de uma rede de áreas protegidas para salvar os últimos remanescentes florestais do planeta. “Acreditamos que só a mobilização da sociedade e a ação de todos os níveis de governo podem reverter a tendência de destruição da floresta. A Amazônia tem pressa”, conclui Adriana Imparato. (Greenpeace)