O impasse em torno da contratação de obras pela Petrobras para a implantação dos gasodutos Urucu-Porto Velho e Coari-Manaus poderá ser conciliado com a participação de batalhões do Exército nessas obras. A informação é do gerente executivo de Gás e Energia da estatal, Rafael Schettini Frazão, que nesta terça-feira (25) participou de audiência pública conjunta das comissões da Amazônia, de Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, e de Minas e Energia, da Câmara dos Deputados.
Segundo Frazão, a Petrobras calcula em R$ 1 bilhão o custo das obras, contra R$ 2,4 bilhões das propostas de outras empresas. Mas a participação do Exército poderá baratear esse custo, acrescentou, ao lembrar que poderia haver acordo com as empreiteiras que alegam dificuldades na preparação do terreno. Ele lembrou que a estatal já investiu R$ 500 milhões em tubos.
O gasoduto Coari-Manaus, cujas obras já foram iniciadas, tem 380 quilômetros de extensão e passará por sete municípios, e o Urucu-Porto Velho tem 520 quilômetros. O licenciamento ambiental foi aprovado no início deste ano e os dois gasodutos poderão entrar em operação em 2008.
Na audiência, o diretor de Engenharia da Eletrobrás, Valter Luiz Cardeal, afirmou que a exploração do potencial de gás da Amazônia vai permitir que a região tenha o melhor preço do produto no país. Ele prevê economia de óleo combustível e óleo diesel, utilizados na geração do sistema termelétrico, além da possibilidade de uso do gás por frotas automotivas. E calcula uma sobra de cerca de 1.500 megawatts para o sistema nacional.
O superintendente de Regulação dos Serviços de Geração da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, Rui Guilherme Altieri Silva, informou que a geração de energia em Manaus (AM) custa R$ 1,9 bilhão e cairá para R$ 800 milhões quando for usado o gás natural.
Já a secretária de Compensação Ambiental da Cigás – Companhia de Gás do Estado do Amazonas, Nádia Cristina Ferreira, contou na audiência que o governo estadual já investiu R$ 42,4 milhões para beneficiar as populações das 35 comunidades dos sete municípios por onde passará um dos gasodutos. O trabalho envolve um programa de desenvolvimento sustentável, além da assistência à saúde e à educação. (Lourenço Melo/ Agência Brasil)