Israel se junta à aliança contra a caça de baleias

Israel decidiu se juntar à aliança dos países contra a caça de baleias e que se opõem às propostas para aumentar as cotas de caça, segundo confirmaram nesta quinta-feira (27) o Ministério das Relações Exteriores israelense e a Embaixada dos Estados Unidos em Israel.

A decisão israelense veio depois de um apelo direto dos Estados Unidos para que o país ajudasse a manter uma moratória de 20 anos sobre a caça comercial de baleias. O Japão, uma das únicas três nações que praticam a caça atualmente no mundo, juntamente com a Noruega e a Islândia, vem tentando reverter a proibição.

A Comissão Internacional de Caça às Baleias, formada em 1949, é a organização global responsável pela administração da caça e pela conservação das baleias. Ela possui atualmente 66 nações signatárias, divididas quase igualmente entre dois campos – as nações a favor da caça de baleias, lideradas pelo Japão, e as nações que se opõem à prática, lideradas por Estados Unidos e Austrália.

As tentativas japonesas para reintroduzir a caça comercial de baleias foram derrotadas por pouco no encontro anual do ano passado, e ambos os campos vêm tentando fortalecer o apoio antes do encontro anual em maio.

Os Estados Unidos e a Austrália lideraram a oposição e recentemente pediram o apoio de Israel. O país não possui indústria de caça às baleias e ainda tem que formular uma política oficial sobre a controversa questão, mas está certo da decisão de se juntar ao bloco contra a caça.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mark Regev, confirmou o pedido americano e disse “Israel está sendo sensível às preocupações de amigos e aliados”.

Stewart Tuttle, o porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos em Tel-Aviv, disse que o embaixador americano fez um apelo pessoal ao ministro das Relações Exteriores Tzipi Livni. Uma requisição formal também veio do representante na comissão da caça às baleias ao ministro israelense do Meio Ambiente, ele disse. “Os Estados Unidos acreditam que países como Israel podem ajudar a fazer a diferença em assegurar a conservação a longo prazo de espécies de baleias, e se opor aos esforços para enfraquecer ou minimizar as regulações para futuras operações de caça às baleias”, disse Tuttle.

A moratória entrou em vigor em 1986, depois de séculos de caça às baleias quase levarem muitas espécies à extinção. O Japão, assim como a Islândia, diz que mata baleias para estudá-las antes de vender a carne, o que é permitido pelas regras da comissão. A Noruega é o único país no mundo que possui uma temporada de caça comercial às baleias desafiando a proibição, que os membros da comissão são livres para rejeitar. O Japão sustenta que a caça de baleias é uma tradição nacional, e parte vital de sua cultura. (AP/ Estadão Online)