A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT-CE), assinou na sexta-feira (28) termo de compromisso com o programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. O objetivo do Cidade Amiga da Amazônia é incentivar prefeituras brasileiras a adotarem leis locais que evitem o consumo de madeira nativa de origem criminosa nas compras e licitações públicas.
Durante a solenidade realizada à bordo do navio Arctic Sunrise, da entidade ambientalista, a prefeita também editou decreto criando Grupo Técnico de trabalho no âmbito do executivo municipal para elaborar a política de consumo responsável de madeira. Além do Greenpeace, a ONG cearense Esplar – Centro de Pesquisa e Assessoria apóia a iniciativa. Fortaleza é a terceira capital nordestina e 33o município brasileiro a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia.
“Ao fechar suas portas para madeira de origem criminosa, a prefeitura de Fortaleza está agindo concretamente para deter o desmatamento da Amazônia”, comemora Adriana Imparato, coordenadora do programa Cidade Amiga da Amazônia. “Esperamos que a adesão dessa importante cidade motive outros municípios do Ceará a fazer o mesmo e inspire a sociedade a consumir produtos florestais de forma responsável”.
Estima-se que entre 60% e 80% de toda madeira amazônica tenham origem ilegal e 64% da produção destinam-se ao mercado consumidor brasileiro. As prefeituras utilizam grandes volumes de madeira em obras como escolas e postos de saúde. “Consumir madeira de origem ilegal é inaceitável. O dinheiro público não pode financiar a destruição criminosa da Amazônia”, completa Adriana Imparato.
Diversas autoridades e ONGs participaram da solenidade no navio. Entre elas, Ibama, Ministério Público e CREA. Todos formalizaram apoio à campanha pela criação de uma rede de áreas protegidas como parques e reservas na para conter o desmatamento da floresta amazônica.
O navio do Greenpeace está em expedição pelo litoral brasileiro promovendo propostas de proteção à floresta como a implementação de uma rede de áreas protegidas e de uso sustentável e o consumo responsável de produtos florestais. A idéia da expedição é levar a realidade de regiões remotas da Amazônia para grandes centros urbanos do litoral brasileiro. Ao longo de 29 dias, o navio esteve em Porto Alegre (RS), Santos (SP), Salvador (BA) e Recife (PE). Nas quatro cidades visitadas, mais de 20 mil pessoas já conheceram as instalações do barco e a exposição de 72 fotos que retrata as belezas, ameaças e o trabalho do Greenpeace na região amazônica.
Nos últimos quatro anos, mais de 70 mil km2 de floresta amazônica foram destruídos pela exploração criminosa de madeira e pelo avanço descontrolado da fronteira agropecuária. Em todo o mundo, o Greenpeace trabalha pela criação de uma rede de áreas protegidas para salvar os últimos remanescentes florestais do planeta. “Acreditamos que só a mobilização da sociedade e a ação de todos os níveis de governo podem reverter a tendência de destruição da floresta. A Amazônia tem pressa”, conclui Adriana Imparato. (Greenpeace)