Ozônio aumenta, mas não resolve problema sobre a Antártida

Os níveis de ozônio na estratosfera recuperaram-se nos dois últimos anos, mas “não há indícios claros de que o buraco sobre a Antártida esteja se fechando”, segundo estudo do Inta – Instituto Nacional de Técnica Aeroespacial da Espanha.

O chefe de Pesquisa e Instrumentação Atmosférica do Inta, Manuel Gil, afirmou nesta quinta-feira (27) em Madri que o Protocolo de Montreal e as medidas internacionais adotadas para enfrentar o problema da camada de ozônio na atmosfera “parecem estar funcionando”.

Gil dirigiu um estudo realizado nas Ilhas Canárias, em uma colaboração entre o Inta e o Observatório Atmosférico de Izaña, do INM – Instituto Nacional de Meteorologia, para analisar o impacto da poeira do deserto do Saara nas medições da camada de ozônio e saber com exatidão os danos causados pela poluição industrial.

Os níveis de ozônio aumentaram e a tendência observada nos dois últimos anos é de que “comece a haver mais ozônio na estratosfera”, disse Gil.

Segundo o especialista, esse processo coincidiu com o “freio nas emissões” dos gases que atacam o ozônio, uma forma do oxigênio que é tóxica mas que, no alto da atmosfera, ajuda a bloquear os raios ultravioleta do Sol.

Ainda não há indícios de que “o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida esteja sendo fechado”, explicou Gil. “A situação nos pólos é mais difícil e, por isso, vai demorar mais para atingir uma recuperação” dos níveis de ozônio, acrescentou.

Atualmente, a OMM – Organização Meteorológica Mundial está elaborando um documento de edição quadrienal sobre o estado da camada de ozônio, com dados quantitativos sobre sua evolução. (Efe/ Estadão Online)