O esqueleto de uma das muitas espécies pré-históricas de mamíferos, descobertas na Bacia de São José de Itaboraí, na Região Metropolitana, o Carodnia vieirai, foi apresentado nesta terça-feira (23) no anfiteatro do CCMN – Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O esqueleto ficará em até sexta-feira (25), das 10h às 18h, juntamente com uma pequena exposição sobre o processo de montagem e sobre a bacia de Itaboraí.
Fósseis do Carodnia só foram encontrados até hoje em Itaboraí e na Patagônia, na Argentina, sendo que neste país é conhecido apenas por alguns dentes, enquanto em Itaboraí foi recuperado um esqueleto quase completo.
A exposição do mamífero visa chamar a atenção para a área e, dessa forma, ajudar a revitalizar o Parque Paleontológico de Itaboraí, localizado em São José de Itaboraí, a cerca de 45 quilômetros do Rio. O parque é considerado um dos mais importantes sítios geo-paleontológicos e arqueológicos da América do Sul, por registrar fósseis com 70 milhões de anos.
De acordo com a pesquisadora da Faculdade de Geologia da UFRJ, Lílian Paglarelli Bergqvist, responsável pelo trabalho, o Carodnia Vieirai se destaca da fauna de mamíferos de Itaboraí não apenas por suas características osteológicas e dentárias, mas também pelo seu tamanho. Enquanto a maioria não passa do tamanho de um cão da raça fox terrier, o Carodnia Vieirai tinha o tamanho aproximado de uma anta de grande porte, cerca de 2,5 metros e aproximadamente 400 quilos.
O Carodnia Vieirai foi encontrado em uma pequena área da Bacia de Itaboraí em 1949, sem qualquer forma. Pesquisadores do Departamento de Geologia da UFRJ trabalharam 14 meses para montar o esqueleto, que chama a atenção pelo seu porte, se comparado aos fósseis encontrados naquele local até o momento.
Ainda segundo Lílian, nenhum mamífero sul-americano do início da era cenozóica (entre 65 e 45 milhões de anos) é conhecido por esqueleto tão completo. “A montagem deste esqueleto tem o objetivo de transformar o conhecimento científico de um dos mais importantes fósseis daquela bacia em linguagem que pode ser compreendida por qualquer pessoa”, esclareceu a pesquisadora. (Folha Online)