Comunidades ribeirinhas da Amazônia terão indicador de qualidade de vida

Uma expedição vai levantar informações para medir o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano de nove comunidades ribeirinhas ao longo do rio Solimões. O grupo, que começou o trabalho no domingo (10) também vai coletar dados que permitam adequar esse indicador à realidade amazônica.

“O índice engloba saúde, educação e longevidade. Vamos abrir isso para aspectos mais específicos, tentando estabelecer a relação entre a qualidade de vida em termos de bem estar social e qualidade ambiental”, explicou à Radiobrás o coordenador geral do Piatam – Programa Potenciais Impactos e Riscos Ambientais da Indústria de Petróleo e Gás no Amazonas, Alexandre Rivas.

O Piatam é um programa coordenado pela Ufam – Universidade Federal do Amazonas e pela Petrobras, responsável pelo monitoramento socioambiental do trecho do rio Solimões entre Manaus e Coari. São 400 quilômetros por onde navegam diariamente 60 mil barris de petróleo e 9,5 milhões de metros cúbicos de gás GLP (gás de cozinha) produzidos em Urucu, a maior província petrolífera terrestre do país. Esse trajeto também será cortado pelo gasoduto Coari-Manaus que está em construção e cuja inauguração está prevista para o primeiro semestre de 2008.

“O objetivo é traçar uma linha-base de referência para medir o resultado das ações e políticas públicas implementadas nessas comunidades”, afirmou Rivas. “Nossa intenção é atualizar os dados de campo a cada dois anos”.

Ele esclareceu que o levantamento será censitário, e não por amostragem. “Os pesquisadores vão passar em todas as casas, ouvir todos os moradores das nove comunidades onde o Piatam atua (estima-se que sejam 3 mil pessoas)”, garantiu. “Essa cobertura vai fechar um hiato, porque o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística pesquisa apenas a sede dos municípios, ao compor o IDH oficial. Mas a realidade de uma localidade ribeirinha é muito diferente da de uma cidade, mesmo as pequenas”.

O questionário base a ser aplicado pelos 15 pesquisadores que participam da excursão é o mesmo utilizado pelo IBGE. “Assim teremos informações que podem ser comparadas. Mas, a essas perguntas, vamos acrescentar outras”.

As comunidades alvo da pesquisa ficam nos municípios de Iranduba, Manacapuru, Anamã, Anori, Codajás e Coari, todos no Amazonas. A excursão para coleta de dados terá duração de 20 dias. A fase de tabulação e revisão das informações deverá demorar sete meses – a previsão é que o relatório final do censo seja divulgado em fevereiro do próximo ano. (Thais Brianezi/ Agência Brasil)