Apesar de a espécie ser bastante estudada, Nick Longrich, da Universidade de Calgary, no Canadá, resolveu dar mais uma olhada nela. Para tanto, escolheu um esqueleto que se encontra na Alemanha. Trata-se do primeiro fóssil descoberto da espécie, encontrado em 1861, dois anos depois de Charles Darwin publicar A Origem das Espécies.
Nessa nova avaliação, Longrich fez uma nova reconstrução da morfologia do animal. O trabalho está publicado na edição atual da revista científica Paleobiology.
Para o cientista canadense, a espécie não alçava vôo a partir do solo. Na opinião dele – que reacende o debate sobre como surgiu a capacidade de voar –, o Archaeopteryx lithographica partia já do alto das árvores. Ou seja, deslocava-se como se fosse um planador ou paraglider.
“A idéia de que essa espécie tinha várias asas rudimentares existe há mais de um século, mas nunca recebeu muita atenção. Uma das razões para isso é que a maioria das pessoas enxerga aquilo que espera ver. Todos sabem que os pássaros não possuem quatro asas”, disse Longrich em comunicado da Universidade de Calgary.
O pesquisador decidiu reexaminar fósseis que têm sido bastante estudados desde 2002, quando novos dinossauros voadores foram descobertos na China. Os exemplares encontrados na Ásia também apresentavam quatro asas.
O artigo Structure and function of hindlimb feathers in Archaeopteryx lithographica pode ser lido por assinantes no site: www.paleosoc.org/paleobio.htm.
(Fonte: Agência Fapesp)