Os fundos ambientais na América Latina e Caribe tornaram-se um dos principais mecanismos de financiamento a projetos de proteção da biodiversidade na região. A causa desse fenômeno está no alto índice de credibilidade que os fundos conquistaram junto aos financiadores nacionais e estrangeiros devido às práticas desenvolvidas por essas organizações. Além de garantirem a participação social no destino dos recursos financeiros a serem aplicados, os fundos ambientais também adotaram critérios rígidos desde a seleção dos projetos até sua análise final.
O respeito adquirido pelos fundos está fazendo com que eles se expandam em toda a região e também em outras partes do Planeta, como Madagascar, Tanzânia, Brasil e outros países de elevada biodiversdiade. A conclusão é dos participantes da 8ª Assembléia da Rede de Fundos Ambientais da América Latina e Caribe – RedLAC reunidos no Rio de Janeiro até esta quinta-feira (9). A tendência é a de que os fundos continuem crescendo e ampliando o diálogo com os financiadores, sobretudo os do setor privado que têm demonstrado cada vez mais interesse em apoiar ações de conservação e uso sustentável dos recursos naturais.
A Rede de Fundos Ambientais da América Latina e Caribe reúne 25 fundos ambientais de 18 países. Paraguai e Colômbia, que já tinham lugar na rede e acabam de anunciar novas entidades do gênero e que passarão a integrar a RedLAC. Juntos, os fundos ambientais da região movimentam cerca de US$ 700 milhões para financiar em torno de três mil projetos de conservação, uso sustentável de recursos naturais e apoio a populações tradicionais em toda a região.
Dois novos fundos estão sendo criados na América Latina. O Paraguai, que já tinha um fundo público de meio ambiente, acaba de criar um novo fundo para ajudar a proteger os últimos remanescentes de florestas tropicais do país. Para a bacia Amazônica, estuda-se o desenho de um fundo que una vários países da região em torno da conservação e uso sustentável da floresta.
Outros continentes – Além de trocar experiências entre seus membros, a RedLac também convidou para o evento do Rio de Janeiro fundos ambientais que atuam em outras partes do Planeta para mostrar experiências de gestão no financiamento ambiental. Um deles é a Fundação para Áreas Protegidas e Biodiversidade de Madagascar. Criada há dois anos, a entidade ajuda a proteger um dos 17 países considerados megadiversos. Madagascar é uma área prioritária para a conservação devido ao elevadíssimo nível de biodiversidade encontrado em seu território insular. Da África, a experiência de um fundo para proteção de uma cadeia de montanhas de cerca de 5.350 quilômetros quadrados na parte oriental do país mostrou que, apesar de jovens, os fundos ambientais que se multiplicam pelo mundo têm tido papel decisivo na conservação da biodiversidade mundial. (MMA)