Duas empresas japonesas anunciaram nesta terça-feira (5) a elaboração de um concreto no qual se integram etiquetas eletrônicas com informações sobre a capacidade da construção para suportar terremotos.
O “concreto inteligente” – destinado a verificar o grau de resistência dos edifícios em um país que sofre regularmente violentos terremotos – é obra do fabricante Sumitomo Osaka Cement e do laboratório de pesquisas informáticas YRP.
Ao pôr em contato um leitor de etiquetas eletrônicas, concebido pela YRP, com um edifício construído com o “concreto de neurônios eletrônicos”, da Sumitomo Osaka Cement, as informações contidas na etiqueta são lidas e enunciadas em voz alta pelo leitor eletrônico.
“As características do concreto dependem dos componentes e da maneira como eles são misturados”, explicou a Sumitomo Osaka Cement. “Para conhecer a qualidade e o grau pára-sísmico, realizamos provas técnicas cujos resultados até agora eram anotados a mão por algum engenheiro”, explicou a empresa.
Com o novo sistema, “os dados são diretamente gravados nas etiquetas eletrônicas”, o que evita os erros e as fraudes, acrescentou. Nas etiquetas estão registrados os diversos critérios de qualidade do concreto – como a composição precisa, a data, o local e a forma como foi fabricado. “Trata-se de uma ferramenta para determinar a história do concreto”, explicou a YRP.
O emprego do “concreto inteligente” nas construções permitirá às autoridades um maior controle das normas pára-sísmicas e de bancos de dados”, segundo a YRP.
O laboratório deseja criar no futuro um verdadeiro sistema para traçar a história das construções e dar a todos os cidadãos a possibilidade de verificar eles mesmos (com seu telefone celular, por exemplo) as informações sobre a qualidade de suas casas.
Recentes escândalos de falsificações de dados pára-sísmicos de imóveis comoveram a opinião pública do Japão, onde todos os anos são registrados 20% dos terremotos mais violentos do mundo. (Folha Online)