A proposta de criar um fundo de compensação para as nações que venham a evitar o desmatamento de suas florestas poderá render US$ 400 milhões por ano ao Brasil. A avaliação é do climatologista Carlos Nobre, do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Nobre apresentou a estimativa na terça-feira (12) durante o 2º Simpósio Biota Amazônica, organizado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi e pela SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
“O Brasil reduziu o desmatamento da floresta amazônica em 19.000 km2 em 2005 e em um pouco mais de 13.000 km2 em 2006. Isso, no mercado de carbono, significa quase US$ 400 milhões por ano”. Ele comparou o valor a tudo o que o Ministério da Ciência e Tecnologia aplicou em programas especiais, institutos de pesquisa e bolsas de várias modalidades em 2005: US$ 52,5 milhões.
No momento, há duas propostas em debate sobre redução compensada: a do Brasil, que prevê um fundo voluntário alimentado pelos países ricos, e a de Papua-Nova Guiné, que sugere um mecanismo de mercado com créditos negociáveis. Segundo Nobre, um consenso deve estar pronto em dois anos. (Eduardo Geraque/ Folha Online)