Pequim investe no meio ambiente, mas continua poluída

O governo chinês investiu 20 bilhões de yuans (US$ 2,573 bilhões), apenas em 2006, para cumprir seu objetivo de realizar os Jogos Olímpicos mais “verdes” da história. Mas a cidade registra poucas melhoras no quesito ambiental, pelo menos por enquanto.

O fato foi reconhecido por Shi Hanmin, diretor do Escritório de Proteção Ambiental de Pequim, que apontou que nos últimos 50 anos a cidade gastou US$ 7,125 bilhões de dólares para combater o crescente aumento da poluição e tornar mais respirável o ar da cidade.

E o investimento deu seus resultados, segundo Shi: Pequim registrou 241 dias com níveis aceitáveis de poluição em 2006, 100 vezes mais que em 1998 – o que a imprensa vem denominando “dias azuis”, embora seja difícil ver o céu.

A margem de melhora até agosto de 2008, data de início dos Jogos Olímpicos, é pequena, e piora fundamentalmente pelos altos níveis de emissões das empresas poluentes, além das partículas que ficam no ar, geradas pelas obras.

No ano passado, Pequim começou o processo de mudança ambiental com medidas como o fechamento de uma grande empresa química e a aposentadoria de 15.000 táxis e 3.000 ônibus, estes últimos substituídos por 4.000 unidades movidas a gás natural – a maior frota urbana deste tipo no mundo.

Além disso, 15.000 das 16.000 caldeiras industriais da cidade foram renovadas e atualmente utilizam energia limpa. O consumo de gás natural passou dos 300.000 metros cúbicos, em 1998, para 3,8 bilhões, em 2006.

No entanto, Pequim continua apresentando altos índices de poluição, e por isso propôs reduzir as emissões em 10% para 2007 e conseguir pelo menos quatro “dias azuis” a mais que o ano passado.

Para isso, a capital chinesa também conta com o reflorestamento. Segundo números do Escritório Florestal de Pequim, em 2006 foram plantadas quase 28 milhões de árvores, e a província conta com 12.000 novos hectares de área verde.

O reflorestamento em massa feito por Pequim nos últimos anos pretende também servir de escudo ante as tempestades de areia procedentes dos desertos do norte, que assolam a cidade a cada primavera local.

De acordo com Shi, a partir de agora “o progresso será mais lento e os resultados até os Jogos serão muito menos evidentes, embora Pequim tenha progredido muito para atingir os padrões internacionais de qualidade relativos a ruídos e à qualidade do ar”. (Efe/ Estadão Online)