A China, que é o segundo país que mais polui o planeta, depois dos Estados Unidos, prometeu que reduzirá em 62% suas emissões de dióxido de enxofre – causador da chuva ácida – até 2010, medida que foi qualificada nesta quarta-feira (28) pelo escritório do Greenpeace em Pequim como positiva e animadora.
A Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento lançou este objetivo como complemento das promessas do Plano Qüinqüenal (2006-2010) aprovado no ano passado, no qual o governo chinês estabeleceu o objetivo de reduzir em 10% todos os poluentes.
A nova meta é “um passo muito significativo e urgente” para conter o fenômeno da chuva ácida na China, país onde um terço do território é afetado por este fenômeno, disse Ailun Yang, especialista em clima e energia do escritório nacional do Greenpeace.
Yang afirmou que as metas estabelecidas pelo Plano Qüinqüenal eram “muito genéricas” – além disso, Pequim não conseguiu cumpri-los no ano passado – e o fato de que esteja especificando mais mostra a vontade de melhoria das autoridades ambientais.
A China quer reduzir as emissões de dióxido de enxofre dos 13 milhões de toneladas de 2005 para 5,02 milhões em 2010. Para isso, deverá reverter os números do ano passado, quando as emissões aumentaram 1,8%, embora esse número tenha sido menor que em 2005, quando subiram 13,1%.
Este poluente é um subproduto da queima de carvão nas centrais hidrelétricas da China, onde esta matéria-prima representa mais de 60% da energia consumida pelo país asiático.
Segundo Yang, a China pode avançar muito em seus objetivos se fechar, como prometeu, todas as pequenas centrais que produzem menos de 50 gigawatts de energia elétrica, que – segundo ela – são “extremamente ineficazes” e podem ser substituídas por centrais com recursos renováveis, como as eólicas ou as solares.
“Se este objetivo for cumprido, pode aumentar a eficiência energética (quantidade de energia produzida por unidade de produto interno bruto) em 5%”, disse.
Após décadas de desenvolvimento econômico a todo custo, que causaram grave deterioração de seu meio ambiente, a China quer adotar um modelo menos agressivo ao ecossistema, mas, por enquanto, os avanços não são muitos e continua havendo graves desastres ecológicos.
Apesar de tudo, Pequim defende que não é ainda um país desenvolvido, e que não contribuirá tanto para a redução da emissão de poluentes mundiais como o Ocidente, postura compartilhada pela especialista do Greenpeace.
“Europa, EUA, Austrália e Canadá são os que têm que liderar a redução de emissões para diminuir os efeitos das mudanças climáticas”, disse. (Efe/ Estadão Online)