Programa de Despoluição da Baía de Guanabara recebe recursos para concluir primeira fase

O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara ganhou nesta sexta-feira (30) um reforço para conclusão de sua primeira fase, com a assinatura de contrato para liberação de cerca de R$ 58 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental. Assinado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, e pelo presidente da Nova Cedae, Wagner Victer, o contrato visa à conclusão das obras na Estação de Tratamento de Esgoto de Alegria, no bairro do Caju.

A Estação Alegria atende a uma das regiões que mais despejam esgotos diariamente na baía, concentrando o centro do Rio, e os bairros da Leopoldina, São Cristóvão, Benfica, Caju, Mangueira, Maracanã, parte da Tijuca, Vila Isabel, Manguinhos, Jacarezinho e Riachuelo.

Segundo a assessoria de imprensa da Nova Cedae, a expectativa é que, a partir de maio do ano que vem, o esgoto dos bairros seja transformado em água tratada, e não mais despejado in natura no mar.

A presidente do Instituto Baía de Guanabara, Dora Hees, que acompanha há anos o Programa de Despoluição, afirmou, entretanto, que o dinheiro não será suficiente para o término da obra.

“Eu vejo com muita satisfação que o governo injete recursos para continuar as obras, mas tenho certeza de que, com esse dinheiro, não vai dar para terminar tudo. Ainda falta ligar todas as casas daquela Zona em sistemas de redes de esgoto, que são obras caras e demoradas”, disse Dora.

Ela informou que outras estações de tratamento de esgoto que já tiveram suas obras concluídas ainda não estão atuando da forma esperada. A Estação de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, estaria funcionando precariamente, não dando conta do esgoto produzido no município.

Dora Hees disse, no entanto, que, embora a primeira fase do programa de despoluição da Baía de Guanabara, que previa o tratamento do esgoto doméstico e industrial, não tenha sido concluída, alguns resultados positivos já podem ser comprovados.

“Hoje, o problema do lixo industrial quase não existe mais, e a gente pode afirmar que a grande maioria das empresas e indústrias está tratando os seus despejos”, explicou.

O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, implantado há mais de dez anos pelo governo estadual do Rio de Janeiro, foi dividido em quatro fases para tratamento das águas. A previsão para o término da primeira etapa, que até hoje não foi finalizada, era de cinco anos. Segundo Dora Hees, a demora se deveu à dificuldade de repasse dos recursos estrangeiros utilizados nas obras. (Beatriz Mota/ Agência Brasil)