A ação faz parte do Abril Indígena, uma série de manifestações destinadas a mostrar à sociedade os principais problemas que os índios enfrentam atualmente. A principal reivindicação dos indígenas é que seja suspensa a construção da hidrelétrica de Estreito. Eles alegam que não houve uma discussão séria e profunda sobre os impactos ambientais da obra.
De acordo com a missionária, o Cimi apóia o Abril Indígena, pois a sociedade precisa saber das carências indígenas. “Os índios nunca fazem manifestações em vão. Se eles fecharam a rodovia ontem por mais de dez horas é porque eles têm reivindicações a fazer e a sociedade precisa saber disso”, disse a missionária.
Ela explicou que os índios têm toda uma simbologia em torno da água, por acreditarem que a vida surgiu da água. Segundo ela, o Programa de Aceleração do Crescimento prevê a construção de mais quatro hidrelétricas na bacia do Tocantins, o que conflita com a cultura da população do local.
Laudovina Pereira destacou que os manifestantes tiveram algumas conquistas, como por exemplo a promessa das Comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado de conversar com as populações locais. “Os manifestantes estão reunidos para avaliar a possibilidade de que isso venha a acontecer”, disse Laudovina.
A missionária disse que as comissões das duas casas devem definir nesta quarta-feira (18) uma equipe para ir até as comunidades conversar com os moradores do local e conhecer a realidade dessas comunidades.
Ela criticou o desenvolvimento dos estudos de impacto ambiental, que segundo ela são feitos de forma pontual e fragmentada. A missionária disse que uma das propostas dessas comunidades é que os estudos levem em consideração o impacto de todas as hidrelétricas sobre a bacia do rio Tocantis.
Segundo a missionária, os manifestantes também tiveram a promessa do Ministério Público do Maranhão de analisar a viabilidade técnica de julgar a ação que pede a suspensão das obras da hidrelétrica de Estreito no prazo de dez dias. (Marcos Agostinho/ Agência Brasil)