A coordenação da mesa-redonda estará a cargo da pesquisadora e professora da UNB, Laura Duarte. A professora da UFG, Marilda Schuvartz, cuja tese de doutorado aborda as percepções da população local sobre a biodiversidade regional do Cerrado, será uma das expositoras. A geógrafa e professora Cynthia Vania Magalhães, da Secretaria de Educação do Distrito Federal, estudou a percepção da população da Chapada dos Veadeiros sobre o uso do fogo como estratégias econômica e cultural e será a outra expositora.
Estudos indicam que o Cerrado é visto de maneiras diferentes. Parte dos que vivem na sua área de abrangência o subestima. Sob o argumento de que sua vegetação é formada predominantemente por árvores tortas, esse grupo supõe que o bioma tem pouca importância ambiental. No entanto, é comum perceber que populações locais ou tradicionais o consideram muito rico em recursos e fontes de vida. Esse ponto de vista diferenciado se deve ao fato de que a natureza e suas variáveis ambientais estão intimamente ligadas aos meios de vida dessas pessoas.
Há ainda um terceiro grupo que percebe o Cerrado apenas como um grande substrato de solo, passível de ser substituído por grandes pastagens e lavouras. Para esse grupo, a ocupação econômica do bioma é uma contribuição importante do país para a economia mundial e ao combate à fome. Cada uma dessas visões têm implicações políticas, econômicas, culturais e sociais. É preciso considerá-las na gestão dos recursos naturais do Cerrado, garantindo formas de evitar que elas o prejudiquem. Essas e outras questões serão tratadas no evento, bem como meios de valorizar o bioma numa campanha nacional. A mesa-redonda é uma promoção do Núcleo dos Biomas Cerrado e Pantanal, que pertence à Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. (Marluza Mattos/ MMA)