De acordo com a análise teórica realizada pelos astrofísicos Mario Juric e Scott Tremaine, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, o número de planetas “sem-teto” pode até superar o de mundos que orbitam estrelas.
A hipótese dos gigantes desgarrados surge como uma possível explicação para o fato de que, na maioria dos sistemas solares já descobertos, os planetas gigantes têm órbitas alongadas – diferentemente dos “nossos” gigantes – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno – que giram em torno do Sol em círculos quase perfeitos.
Juric e Tremaine simularam a evolução de sistemas solares recém-formados, contendo até algumas dezenas de planetas de grande massa e viram que, ao longo de dezenas de milhões de anos, sistemas em que os mundos gigantes têm órbitas caóticas e aleatórias acabam perdendo esses planetas, ejetados pela gravidade dos vizinhos. Como resultados, restam alguns poucos gigantes – todos em órbitas alongadas, como observado nos sistemas extra-solares. Todos os demais acabam desgarrados, vagando pelo espaço.
Se essa hipótese corresponder aos fatos, os planetas gigantes do sistema do Sol seriam exceções á regra geral. (Estadão Online)