O anúncio foi feito em entrevista coletiva pela professora María José Iglesias, que faz parte do grupo liderado pelo professor Carlos Martín, e pela coordenadora da Rede de Epidemiologia Molecular de Tuberculose Multiresistente na Região Ibero-americana, Sofía Samper.
Vinte e dois grupos de pesquisa de oito países participam desta rede, que realiza até esta terça-feira (26) sua primeira reunião em Zaragoza.
A reunião é financiada pelo Programa Ibero-americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted) e coordenada pelo Instituto Aragonês de Ciências da Saúde (ICS).
Participaram do encontro representantes de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México e Venezuela, com o objetivo de criar uma base de dados dos bacilos multiresistentes nestes países.
A tuberculose é um problema de saúde importante, alvo de pesquisas há anos, e grandes avanços na área estão ocorrendo, mas ainda há muito a ser feito, explicou Esteban de Manuel Keenoy, diretor-gerente do ICS.
Segundo Samper, esta é uma doença ligada à pobreza, e, embora a situação esteja bem melhor do que há 20 anos, as taxas caíram, mas não desapareceram.
Apesar de ser uma das doenças infectocontagiosas que causam maior número de mortes no mundo, a tuberculose pode ser tratada com um coquetel de três medicamentos que devem ser tomados durante seis meses.
No entanto, caso o paciente abandone o tratamento ou tome os remédios de forma incorreta, o bacilo tuberculoso pode criar mecanismos de defesa em relação a estes medicamentos e se tornar resistente (a dois fármacos) ou extremamente resistente (caso se acrescente outro).
Isto tem uma relevância grande para a saúde, já que requer medicamentos de segunda linha, com menor eficácia, mais efeitos tóxicos e mais caros.
A doença afeta países em desenvolvimento, mas também os desenvolvidos, com um aumento de casos na década de 80 por causa do surgimento do HIV, o que fez com que fossem criadas redes nacionais e internacionais para sua fiscalização.
Na Europa ocidental, Espanha e Portugal são os países que apresentam maiores taxas de tuberculose, enquanto os ibero-americanos possuem incidências variadas. (JB Online)