Piranha é menos perigosa do que se imagina, dizem cientistas

A reputação da piranha como perigoso predador pode não ser totalmente justificada, de acordo com cientistas britânicos. Encontrada na Amazônia, a piranha costuma ser retratada como um peixe carnívoro voraz que opera em grupo para atacar sua presa.

Mas especialistas da Universidade de St. Andrews dizem que as piranhas são peixes onívoros, que se alimentam de outros peixes, plantas e insetos.

Segundo os pesquisadores, os peixes formam grandes cardumes primordialmente para se defender de outros predadores, e não para caçar. “Anteriormente acreditava-se que as piranhas formavam cardumes para permitir que formem um grupo de caça cooperativo”, disse Anne Magurran.

“Mas nós descobrimos que isto é primordialmente um comportamento defensivo.” As piranhas podem ser atacadas por botos, jacarés e outros peixes grandes, e formar um cardume é a forma que têm de evitar serem comidos, afirmou Magurran.

Peixes em idade de reprodução ficam no centro do cardume para maior proteção e o tamanho do cardume depende do nível de risco. “Em águas profundas os peixes nadam em cardumes pequenos pois há mais espaço para evitar predadores, e a ameaça é menos intensa”, disse Magurran.

“Mas quando o nível da água baixa, isolando águas de enchentes em lagos menores e canais, os cardumes podem aumentar para mais de 50 peixes por causa da proximidade de predadores.”

A equipe está apresentando sua pesquisa, juntamente com um tanque de piranhas vivas, na Exposição de Verão de Ciências da Royal Society, em Londres. (Estadão Online)