Dois astronautas calouros flutuaram no exterior da Estação Espacial Internacional neste sábado, 11, para fixar uma extensão à estrutura da base orbital. Enquanto isso, a Nasa faz planos para inspecionar danos potencialmente problemáticos no escudo térmico do ônibus espacial Endeavor.
Os tripulantes do ônibus espacial Rick Mastracchio e Dave Williams deixaram a estação às 12h30 (horário de Houston; 13h30 em Brasília) para começar a caminhada espacial de 6 horas e meia.
Seu principal trabalho foi conectar uma extensão de alumínio de duas toneladas e 3,3 metros à viga instalada durante a mais recente missão de construção da Nasa à estação espacial, em junho.
A peça final da estrutura de 100 bilhões de dólares deve chegar no final do ano que vem. Enquanto isso, engenheiros da Nasa em solo fazem planos para uma inspeção extra no domingo no escudo térmico do ônibus espacial.
Fotografias tiradas pela tripulação da estação antes que o Endeavor atracasse na sexta-feira revelaram um corte profundo em uma placa no centro da parte frontal da nave.
Embora ônibus espaciais tenham retornado do espaço várias vezes mais danificados que isso, a Nasa não tinha os instrumentos e procedimentos para verificar danos no escudo térmico antes do desastre do Columbia, quando sete astronautas morreram devido a um buraco na asa que não havia sido identificado.
SUPEITA DE GELO
A professora que se tornou astronauta Barbara Morgan e sua colega de tripulação Tracy Caldwell deverão utilizar o braço robótico de 15 metros da Endeavor no domingo para obter imagens da placa danificada.
A placa fica na parte frontal inferior da aeronave, próxima do compartimento do trem de pouso, e pode ter sido danificada pelo gelo que caiu do ônibus espacial durante o lançamento.
O ônibus espacial é coberto com placas de cerâmica e carbono resistentes ao calor e que protegem a superfície de alumínio, evitando que derreta durante a volta à atmosfera e aterrissagem. A temperatura na área danificada pode ultrapassar os 1000 graus Celsius.
A Nasa precisa de mais informações sobre os danos nas placas antes de determinar se a tripulação precisa realizar consertos antes do retorno do Endeavor à Terra.
O ônibus especial está usando um novo conversor de energia que permite uma conexão com a rede elétrica da estação espacial, possibilitando três dias adicionais de energia.
Mesmo antes da possibilidade de consertar o escudo da nave ter sido levantada, a Nasa havia planejado estender a estadia do Endeavor de sete para dez dias, e programar uma quarta caminhada espacial.
O tempo adicional deve permitir que a tripulação do Endeavor termine mais tarefas necessárias para preparar a estação para a chegada, em dezembro e em 2008, de laboratórios construídos pela Europa e pelo Japão.
Diretores da Nasa também poderão usar o tempo para realizar reparos no escudo térmico da nave, caso seja necessário.
(Fonte: Estadao.com.br)
