Segundo ele, é preciso transformar a floresta em uma fonte de renda para a economia regional – que não envolva apenas sua derrubada para obtenção de madeira ou abertura de pastos.
Com esse objetivo, o governo vai lançar até o final do ano o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento, que deverá ser focado em dois eixos: o aproveitamento econômico sustentável das florestas que continuarem de pé e a recuperação ambiental e econômica das áreas já desmatadas e abandonadas.
O trabalho de polícia – envolvendo fiscalização, apreensão de madeira ilegal, monitoramento por satélite em tempo real, regulamentação fundiária e combate à grilagem de terras -, que vinha sendo o foco até agora, será obrigatoriamente mantido. Mas passará a ser uma atividade de apoio ao desenvolvimento, em vez de um objetivo central das políticas ambientais.
Uma das principais forças que impulsionam o desmatamento, segundo ele, é a falta de alternativas econômicas. “O desmatamento é o que move a economia na Amazônia. É uma atividade predatória e nociva, mas que, bem ou mal, sustenta uma economia”, disse.
A opção agora é fomentar indústrias de uso sustentável dos produtos florestais, como madeira, frutos, fibras, óleos e resinas. Não só a partir do fornecimento de matéria-prima, mas com beneficiamento local da produção. “Só fornecer matéria-prima é muito pouco; queremos transformar a Amazônia numa exportadora de produtos manufaturados.”
A estratégia deverá passar obrigatoriamente também por um fortalecimento das políticas de desenvolvimento científico, industrial e de infra-estrutura da região. Capobianco defendeu, inclusive, a pavimentação imediata da outrora superpolêmica rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163) – uma das mais importantes vias de escoamento da Amazônia.
Segundo os dados mais recentes, divulgados na sexta-feira pelo governo, o desmatamento anual na Amazônia caiu 31% entre 2004 e 2005 e 25%, de 2005 para 2006. A expectativa para 2007 é que o índice possa cair outros 30%. (Estadão Online)