Um ”engavetamento” de asteróides causou a colisão que lançou fragmentos pelo sistema solar, e um deles mais tarde se chocou contra a Terra iniciando um processo que acabou com os dinossauros.
Outros fragmentos caíram na Lua, em Vênus e em Marte, criando grandes crateras.
O estudo, feito com modelos de computador, foi noticiado na revista Nature.
“Nós acreditamos que há uma ligação direta entre este acontecimento, a chuva de asteróides que ele produziu e o impacto muito grande que ocorreu 65 milhões de anos atrás que, acredita-se, acabou com os dinossauros”, afirmou Bill Bottke, do Southwest Research Institute, no Estado americano de Colorado.
Vários estudos foram feitos sobre o que parece ter sido um aumento na quantidade de choques de asteróides contra a Terra nos últimos 100 ou 200 milhões de anos. Os incidentes quase dobraram.
Bottke e seus colegas tentaram mostrar que este aumento provavelmente foi provocado pela fragmentação de uma rocha de 170 quilômetros de diâmetro no cinto de asteróides entre Marte e Júpiter há cerca de 160 milhões de anos.
A fragmentação, induzida por uma colisão com uma rocha no espaço que tinha a metade de seu tamanho, criou um grupo de rochas visíveis hoje e que são conhecidas como a família Baptistina, dizem os pesquisadores.
Os pesquisadores fizeram um modelo da evolução desse grupo e concluíram que ele perdeu muitas das suas rochas, que mergulharam no interior do sistema solar.
A análise mostra, de acordo com os cientistas, que um grande fragmento da colisão provavelmente criou a cratera de Tycho, de 85 quilômetros de diâmetro, na Lua, há 108 milhões de anos.
E é ainda mais provável que um fragmento ainda maior tenha provocado uma cratera de 180 quilômetros de diâmetro, Chicxulub, no que é hoje a Península de Yucatán, no México.
Este é o sinal de impacto que muitos cientistas ligam à extinção em massa dos dinossauros.
“Esses fragmentos começara a vagar pela região onde a Terra e a Lua estão localizadas e, na verdade, tantos foram liberados que se tornou quase inevitável que alguns maiores atingissem os planetas do interior do sistema solar”, disse Bottke.
A análise química do material projetado ligada ao aparecimento de Chicxulub também associaria o objeto de impacto ao tipo de rochas que formam a família Baptistina. (Estadão Online)