Um grupo de pesquisadores espanhóis do IAC (Instituto de Astrofísica das Canárias), na Espanha, sugere que a anomalia detectada há dois anos na radiação do fundo cósmico de microondas, conseqüência da explosão do Big Bang, deve-se à presença de um gás.
Se a hipótese for confirmada, será aberta uma via para poder detectar a matéria que falta no universo atual. A teoria do Big Bang – estabelecida em 1964 por Arno Penzias e Robert Wilson – diz que o cosmos foi criado a partir de uma grande explosão há cerca de 15 bilhões de anos, a partir da qual a matéria se espalhou pelo universo. A dupla foi ganhadora do Nobel de Física em 1978 com outro feito, a descoberta da radiação cósmica de fundo em microondas.
Uma das pesquisadoras, Inés Flores, disse à agência Efe que no universo “atual” não tinha sido detectada a presença dessa matéria, embora os cientistas saibam que ela deve ter estado em sua origem.
Esta descoberta, disse Inés Flores, representa um avanço no estudo das estruturas do universo e mostra que só metade da matéria é perceptível, já que a outra pode ser formada de gás, que se encontra a uma temperatura que torna sua detecção impossível.
Flores afirmou que foram realizadas várias experiências e observações do fundo cósmico. No entanto, estes indicaram que 75% da composição do universo ainda é desconhecida.
Dos 25% que são conhecidos, grande parte não pode ser medida, devido a sua própria natureza ou a suas condições de temperatura e densidade não emitirem radiações perceptíveis.
Isso acontece porque, após a longa viagem no espaço e no tempo, as radiações procedentes da grande explosão do Big Bang esfriaram e chegam de forma fraca, como microondas.
Por isso, de acordo com a cientista, a descoberta da anomalia não esperada na radiação do fundo cósmico de microondas abre uma nova janela para conhecer a composição e a origem do universo.
(Fonte: Folha Online)