A asfixia é a nova arma das abelhas do Chipre contra seus mortais inimigos, os vespões, segundo um estudo publicado nesta terça-feira (18) na revista “Current Biology”.
Os vespões, também conhecidos como mangavas, abelhões, mamangás e marimbondo-mangangás, representam uma ameaça para a sobrevivência das colônias de abelhas e à produção de mel.
Diversas espécies de abelhas têm diferentes técnicas contra seus inimigos. No caso de algumas espécies asiáticas, quando identificam uma mangava, por exemplo, um enxame de operárias a rodeia, produzindo um calor sufocante com seu bater de asas. Em poucos minutos, o calor alcança os 45ºC e o “prisioneiro” morre. As abelhas não chegam a sofrer nenhum tipo de dano porque a temperatura letal para elas é de 50ºC.
No Chipre, as abelhas foram obrigadas a desenvolver uma arma diferente para lutar contra as mangavas: a asfixia, segundo os autores do estudo dirigido pelo biólogo grego Alexandros Papachristoforu, da Universidade Aristóteles de Tessalônica.
Nessa ilha mediterrânea, as abelhas locais (Apis mellifera cypria) enfrentam as mangavas orientais (Vespa orientalis), cuja temperatura letal crítica é também de 50ºC. Então, em vez de aumentar a temperatura a seu redor, elas as asfixiam.
Quando uma mangava tenta capturar uma abelha ou entrar na colméia, um grupo de 150 a 300 abelhas guardiãs cerca seu inimigo e o impede de respirar, tampando os orifícios de entrada e saída de ar.
“Essa defesa massiva usando a asfixia é provavelmente muito rara no reino animal”, comentou Gérard Arnold, membro do laboratório francês da Evolução, Genoma e Espécies (Legs). (Folha Online)