A Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil nega que a criação de gado esteja pressionando o desmatamento. Segundo o presidente do Fórum de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, a região onde ocorre o desmatamento não pode exportar carne por causa da febre aftosa.
“Para ter incentivo de aumento de preço, é preciso ter a liberação de exportação. Se essa zona amazônica não exporta, não tem porque haver desmatamento”, disse.
O presidente interino da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso, Normando Carral, lembrou que a pecuária ocorre no cerrado e não na floresta, em áreas propícias para a criação de gado e para a lavoura.
“Nenhum país do mundo deixaria esse estado sem produzir. Nós temos terras aqui com fertilidade, topografia e clima”, afirmou.
Adma de Figueiredo, responsável no IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística pela elaboração dos mapas da Amazônia, afirmou que é histórica a ligação entre o desmatamento e a produção de carne. Admitiu, no entanto, que a pecuária usa técnicas hoje em dia que evitam a degradação.
“O que se verifica mais contemporaneamente na Amazônia é um cuidado muito grande com o tipo de pastagem, com o tipo de semente e com o tipo de capim que se planta para não incorrer em risco que havia no passado de abandono por causa da degradação das condições”, explicou.
A carne bovina representa 12,5% das exportações do Mato Grosso, e rendeu de janeiro a junho deste ano US$ 288 milhões. O rebanho bovino do estado é de 26 milhões de cabeças. De 1990 a 2005, esse rebanho aumentou em 195%. (Agência Brasil)