Os americanos Mario Capecchi e Oliver Smithies e o britânico Martin Evans desenvolveram uma técnica que está sendo aplicada em praticamente todas as áreas da biomedicina – desde pesquisa básica até o desenvolvimento de novos tratamentos.
A técnica permitiu que eles replicassem doenças humanas como câncer e diabetes em ratos ao introduzir códigos genéticos nas células-tronco dos animais.
De acordo com o comitê do prêmio, do Instituto Karolinska, as descobertas dos três geneticistas “levaram a várias novas visões de condições como câncer e doenças cardíacas”.
A técnica também ajudou a avançar na compreensão do processo de envelhecimento e no desenvolvimento do embrião no útero da mãe.
Ela pode ser utilizada para estudar praticamente qualquer aspecto da fisiologia dos mamíferos.
A técnica é geralmente descrita como um “nocaute” genético, que permite que cientistas tornem inativos certos genes e monitorem os efeitos da ação, o que leva à construção do quadro do desenvolvimento da doença.
Até o momento, mais de 10 mil genes de ratos (cerca de metade do total do genoma dos mamíferos) foram “nocauteados” e o resto deve passar pelo mesmo processo em um futuro próximo.
O resultado são mais de 500 modelos de doenças humanas, incluindo problemas cardiovasculares e neurodegenerativos, diabetes e câncer.
Os três cientistas vão dividir um prêmio de US$ 1,54 milhão (cerca de R$ 2,8 milhões).
Capecchi, da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, utilizou a tecnologia para descobrir o papel dos genes envolvidos no desenvolvimento dos órgãos e no plano geral do corpo.
Martin, da Universidade de Cardiff, no País de Gales, se especializou na doença hereditária fibrose cística.
Por sua vez, Smithies, da Universidade da Carolina do Norte, desenvolveu os modelos de ratos para doenças humanas comuns, como pressão sangüínea alta e artérias obstruídas. (Estadão Online)