Os municípios defendiam o asfaltamento da Estrada do Colono. Alegavam motivos econômico e social, pois tornaria mais rápida a ligação entre as cidades de Medianeira e Capanema, no Oeste do Paraná. Mas tal empreendimento é proibido no Parque do Iguaçu em função do que dispõe o seu plano de manejo.
Por várias vezes, a estrada foi fechada pelo Ibama após invasões da comunidade local. A última reabertura da estrada ocorreu quatro anos atrás. Mais de 250 pessoas, bem articuladas e organizadas, ocuparam a área que já estava praticamente tomada pela vegetação. Entraram com tratores, derrubaram a vegetação e destruíram a guarita do Ibama.
O instituto conseguiu na justiça reaver a posse da área e montou uma operação com 300 homens da Polícia Federal para retomar o controle do parque. A situação foi normalizada uma semana depois, com a retirada dos invasores. Com a operação, o Ibama conseguiu garantir a integridade do Parque do Iguaçu e evitar a perda do título de Patrimônio Natural Mundial concedido pela Unesco a esta unidade de conservação.
A decisão da juíza Pepita Manzini reforça a proteção do parque. Para inibir novas tentativas de ocupações, a juíza fixou “multa diária de R$10 mil para cada município incentivador de uma eventual nova invasão da Estrada do Colono” e determina que a população local respeite a sentença desta ação pública, que foi movida pelo Ministério Público Federal.
Ao Ibama, agora Instituto Chico Mendes, a juíza determina a elaboração de plano de recuperação da área degradada pela Estrada do Colono. Este estudo deverá ser apresentado em juízo no prazo de 120 dias após o trânsito em julgado da ação civil. (Ibama)