Por meio da assessoria de imprensa, o ministério informou ontem que não se manifestaria sobre a suspeita de que a vacina tenha matado uma pessoa em Goiás. No último dia 25, o secretario da Saúde do Estado, Cairo de Freitas, informou que um vigia da Universidade Federal de Goiás pode ter morrido em razão do uso indevido da imunização. Portador do vírus da hepatite B, ele estaria com a saúde debilitada pela doença, o que impossibilitaria a vacina, que é feita com o vírus da febre amarela atenuado.
Especialistas apontaram, há duas semanas, o exagero na recomendação inicial do ministério, de que a vacina fosse feita até em áreas urbanas, alertando sobre o risco de problemas. Na última sexta, Temporão reconheceu que sua pasta divulgou informações que poderiam levar à vacinação sem necessidade. Recomendou que, para uma pessoa saber se o local para onde está indo exige imunização, ela deve ligar para o Disque Saúde do ministério (0800-611997). A vacina vale por dez anos.
Investigação – Após a morte do vigia, como precaução, a universidade pedirá comprovante de vacinação contra a febre amarela a todos os 3 mil calouros. Também haverá monitoramento dos macacos da mata do campus – a morte dos bichos é sinal de alerta para a doença. Até agora não foram encontrados mosquitos transmissores da febre amarela silvestre no local.
O secretário Cairo de Freitas descarta a possibilidade de o caso do vigia ser de febre amarela urbana. No entanto, o caso está sob investigação, já que pessoas com o sistema de defesa do organismo debilitado podem desenvolver a doença se tomarem a vacina. Os casos de morte relacionados à vacina são raríssimos, diz a bula do medicamento – foram 3 desde 1999. Reações leves, como febre e dor de cabeça, podem atingir até 5% das pessoas vacinadas. (Estadão Online)