“Quando alguém tenta cometer ilegalidade, nós temos que utilizar a lei contra essa gente. Nós não podemos ser condescendentes. O ministro da Agricultura prova todo santo dia para mim que para manter a produção e a criação de gado, hoje, você não precisa derrubar um pé de árvore. O Brasil tem terra já degradada que dá para a gente plantar quanta soja a gente quiser, quanta cana a gente quiser e criar quanto gado nós quisermos”, afirmou, após participar da inauguração da reforma da Agência Central dos Correios.
Lula disse, no entanto, que o desmatamento registrado é uma “coceira”, que está sob controle e ainda não pode ser considerado uma doença grave. “A notícia é uma notícia preocupante. É como se você tivesse uma coceira e você achasse que é uma doença mais grave. Por enquanto, nós temos todas as condições de controlar, de saber quem são as pessoas (que desflorestam).”
O presidente ainda ressaltou que o desmatamento registrado no primeiro trimestre de 2007 foi comparado com o mesmo período de 2006, quando o desflorestamento foi muito menor. “Como em 2006 tinha caído muito, 2007 apresentou um acréscimo no desmatamento no Brasil. O que há é um sinal de que cresceu. Nós temos o ano inteiro para brecar”, disse.
Lula admitiu que possam estar faltando equipamentos e pessoal para a fiscalização, de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), na região da floresta: “É por isso que eu acho não cabe só ao Ibama fazer toda a fiscalização; é importante que a gente construa parcerias com os prefeitos, é importante que a gente construa parceria com os governadores e, sobretudo, com a sociedade civil.”
E disse ter determinado “que a ministra Marina (Silva, do Meio Ambiente), o ministro da Agricultura (Reinhold Stephanes) e o da Justiça (Tarso Genro) fosse in loco visitar (os locais de maior desmatamento), porque nós sabemos quais são as cidades, sabemos quais são os estados e eu estou convocando os governadores de estado da região, os prefeitos das principais cidades para que a gente possa em conjunto entender que diminuir o desmatamento é bom para o Brasil”. (Agência Brasil)