O estudo, realizado no Instituto de Pesquisa Médica da Nova Zelândia, será publicado na edição de fevereiro da revista científica “European Respiratory Journal”.
Segundo os cientistas, os resultados da pesquisa foram obtidos a partir do cruzamento de dados obtidos em entrevistas feitas com dois grupos de pessoas – um de pacientes com câncer de pulmão e outro formado por pessoas saudáveis – com menos de 55 anos de idade.
Os 79 participantes foram questionados sobre seus hábitos de consumo de álcool e maconha, a rotina de trabalho, histórico familiar e outros 320 fatores que podem influenciar na incidência da doença.
Ao analisar os dados dos entrevistados, os cientistas concluíram que o risco de desenvolver câncer de pulmão aumenta progressivamente de acordo com o tempo de consumo de maconha.
“Nos usuários de longa data, que fumavam pelo menos um cigarro de maconha por dia durante dez anos ou dois cigarros de maconha por dia durante cinco anos, o risco de câncer de pulmão aumentou em seis vezes, um resultado igual ao de pessoas que fumaram 20 cigarros por dia”, explica Beasley.
“Essa conclusão está de acordo com observações anteriores que mostram que a fumaça da maconha tem uma mistura de produtos tóxicos similar à do tabaco”, afirma Beasley.
Fumaça – Segundo os pesquisadores, o nível de elementos cancerígenos presentes na fumaça da maconha é duas vezes maior que o encontrado na fumaça de tabaco.
O estudo sugere que a forma habitual de fumar maconha, sem filtro, também contribui para o aumento dos danos.
“Tipicamente, a maconha se fuma em um cigarro sem filtro e seu consumidor inala a fumaça mais profundamente e por mais tempo. Isso aumenta a quantidade de fumaça inalada e aumenta em cinco vezes a concentração de elementos cancerígenos nos pulmões”, explica Beasley
O cientista afirma que a maconha “já pode ser responsabilizada por 5% dos casos de câncer de pulmão diagnosticados na Nova Zelândia”.
“Em um futuro próximo, poderemos observar uma epidemia de câncer de pulmão ligado ao consumo de maconha, principalmente em países onde o crescente consumo de maconha entre jovens adultos e adolescentes está se tornando um grande problema de saúde pública”, estima Beasley. (Folha Online)