Fiscalização contra desmatamento pode levar 2 meses

A Operação Arco de Fogo, que combate o desmatamento na Amazônia, pode demorar pelo menos dois meses só para fazer a fiscalização nas 90 madeireiras de Tailândia, 235 quilômetros ao sul de Belém. O Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o órgão responsável por fazer a verificação da papelada, levou toda a terça-feira (26) para olhar os documentos de uma única madeireira, a DK, uma empresa entre pequena e média.

Para a ação, a Força Nacional de Segurança mobilizou 156 homens; a PF, outros 70. O Ibama, porém, apareceu com 24 agentes, mas até ontem não os havia utilizado todos. A DK é uma das 21 madeireiras que têm licença, mas o Ibama encontrou cerca de mil metros cúbicos de madeira sem origem. Por isso, a empresa deverá ser multada. Bruno Versiani, coordenador da operação pelo Ibama, diz que não está preocupado com a demora no trabalho. “Não tenho pressa. Esse é um tipo de coisa que não permite erros.”

A Secretaria do Meio Ambiente do Pará (Sema) emprestou dez agentes ao Ibama. “Quando a equipe estiver completa, vai dar para fazer duas madeireiras por dia. Fazendo as contas, vamos gastar dois meses”, calculou Versiani. Na Operação Arco de Fogo de Tailândia, cabe à PF uma função muito mais burocrática que de ação. Todas as irregularidades que forem encontradas pelo Ibama terão de ser transformadas em uma ocorrência policial, que depois seguirá para o Judiciário.

Para o coordenador da campanha Amazônia da ONG Greenpeace, Paulo Adário, a presença do Estado na Amazônia ajuda a reduzir ações ilegais, mesmo que a operação demore para ser cumprida. “Pode haver a intensificação do desmatamento em outras áreas sim, mas é preciso levar em conta o papel da exemplificação”, afirma. (Estadão Online)